Mapeamento de cursos e programas de formação em saúde pública oferecidos no Brasil

Autores

  • Frederico Peres Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana. Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0003-2715-6622
  • Maria Pasionaria Blanco Centurión Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0281-0651
  • Juliana Monteiro Bastos da Silva Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana. Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-8459-6803
  • Ana Laura Brandão Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-7148-2268

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057005205

Palavras-chave:

Capacitação de Recursos Humanos em Saúde, Educação Profissional em Saúde Pública, Saúde Pública, Brasil

Resumo

OBJETIVO: Mapear as ofertas formativas em saúde pública no Brasil e identificar, em seus currículos e planos de estudo, as aproximações entre as competências e habilidades neles desenvolvidas e as funções essenciais de saúde pública. MÉTODOS: Estudo descritivo, exploratório, baseado em levantamento e análise de informações disponíveis nos sites de instituições formadoras que ofertam cursos e programas de formação em saúde pública, no Brasil. Os dados foram levantados no âmbito do I Mapeo de Cursos y Programas de Formación en Salud Pública de América Latina. RESULTADOS: Foram identificados 1.222 cursos e programas de formação em saúde pública oferecidos no país, com distribuição desigual no território, porém com ocorrência em todas as unidades da federação. Os resultados desvelaram um conjunto de desafios à formação de sanitaristas, organizados em torno do distanciamento entre as ofertas e as demandas formativas em saúde pública (distribuição desigual de cursos, concentração de capacidades formativas nas capitais e em determinadas regiões, entre outros) e do distanciamento entre teorias e práticas formativas (baixa vinculação das competências desenvolvidas com as funções essenciais de saúde pública, predomínio da lógica disciplinar orientada por núcleos de competência profissional, entre outros). CONCLUSÕES: A superação desses desafios requer esforços estruturais, políticos e de apropriação tecnológica, ampliando o acesso dos atores da prática a uma formação vinculada com as demandas dos serviços e programas de saúde no país.

Referências

López-Ríos JM, Molina-Berrío DP, Peñaranda-Correa F. Visibilidad y tendencias teóricas de la educación para la salud en cuatro países de América Latina, 2003-2013. Rev Gerencia Políticas Salud. 2018;17(35):1-12. https://doi.org/10.11144/javeriana.rgps17-35.vtte

Castilla H MA, Guerra B MF, Villadiego P EM. Salud Pública: un campo de confrontación del paradigma disciplinar y transdisciplinar. Avances Salud. 2018; 2(2): 48-57. https://doi.org/10.21897/25394622.1457

García Hernández H. Repensando la educación en salud pública: la salud colectiva como medio para alcanzar la soberanía en salud en América Latina. Salud Problema. Segunda Época. 2020;14(28):88-97.

Ferla AA, Rocha CM. (orgs.). Cadernos da saúde coletiva: inovações na formação de sanitaristas. Porto Alegre: Rede Unida; 2013.

Matos C, Pinto IC, Nunes TC. Implantação da acreditação pedagógica de cursos lato sensu em Saúde Pública no Brasil: desafios e perspectivas. Saúde Debate. 2019;43(1):40-9. https://doi.org/10.1590/0103-11042019s103

Franco-Giraldo A. La salud pública en discusión. Rev Fac Nac Salud Publica. 2019;37(1):15-28.

Engstrom EM, Motta JI, Venâncio SA. A formação de profissionais na pós-graduação em saúde pública e atenção primária à saúde no município do Rio de Janeiro, Brasil. Cien Saúde Colet. 2016 May;21(5):1461-70. https://doi.org/10.1590/1413-81232015215.00632016

Santos AL, Manzano M, Krein A. Heterogeneidade da distribuição dos profissionais de saúde no Brasil e a pandemia Covid-19. Cad Desenvolv. 2021;16(28):197-219.

Peñaranda-Correa F, López Ríos JM, Molina Berrío DP. La educación para la salud en la salud pública: un análisis pedagógico. Hacia Promoc Salud. 2017;22(1):123-33. https://doi.org/10.17151/hpsal.2017.22.1.10

Bettcher DW, Sapirie S, Goon EH. Essential public health functions: results of the international Delphi study. World Health Stat Q. 1998;51(1):44-54.

Organización Panamericana de la Salud. Las funciones esenciales de la salud pública en las Américas: una renovación para el siglo XXI: marco conceptual y descripción. Washington, DC: Organización Panamericana de la Salud; 2020 [citado 7 nov 2022]. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/53125/9789275322659_spa.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Peres F, Blanco-Centurión MP, Silva JM, Brandão AL. Mapeo de la Formación en Salud Pública en América Latina: perspectivas para las instituciones formadoras. Rev Panam Salud Publica. En prensa 2022.

Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2015.

Novaes HM, Soárez PC. A Avaliação das tecnologias em saúde: origem, desenvolvimento e desafios atuais: panorama internacional e Brasil. Cad Saúde Pública. 2020 Sep;36(9):e00006820. https://doi.org/10.1590/0102-311x00006820

França T, Magnago C, Belisário SA. Diagnóstico situacional das Escolas de Saúde Pública da rede SUS. Gestão Trab Educ Saúde. 2021;1(1):170-188. https://doi.org/10.37885/210303433

Diniz TM, Paula RC, Moura-Villela EF. Interprofissionalidade e trabalho em equipe: Uma (re) construção necessária durante o processo de formação em saúde. New Trends Qual Res. 2022;13:e688. https://doi.org/10.36367/ntqr.13.2022.e688

Albuquerque O, Conceição MH, Melis MF, Albuquerque F, Berbel N, Rodrigues C. O uso de tecnologia educacional e social na formação de sanitarista. New Trends Qual Res. 2020;3(1):808-21. https://doi.org/10.36367/ntqr.3.2020.808-821

Garcia MR. A implementação do modelo de formação multiprofissional no programa de ensino da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca [Tese de Doutorado]. Rio de Janeiro: Ensp/Fiocruz; 2020.

Silva VO, Pinto IC. Identidade do sanitarista no Brasil: percepções de estudantes e egressos de cursos de graduação em Saúde Pública/Coletiva. Interface Comunicacao Saude Educ. 2018;22(65):539-50. https://doi.org/10.1590/1807-57622016.0825

Silva VO, Pinto IC, Teixeira CF. Identidade profissional e movimentos de emprego de egressos dos cursos de graduação em Saúde Coletiva. Saúde Debate. 2018;42(119):799-808. https://doi.org/10.1590/0103-1104201811901

Hernández-Aguado I, García AM. ¿Será mejor la salud pública tras la COVID-19? Gac Sanit. 2021;35(1):1-2. https://doi.org/10.1016/j.gaceta.2020.06.004

Montenegro-Martínez G. Los propósitos de la educación en salud pública. Rev Fac Nac Salud Publica. 2019;37(2):67-74. https://doi.org/10.17533/udea.rfnsp.v37n2a08

Feo O. Las políticas neoliberales y su impacto sobre la formación en salud pública. Med Soc. 2008;3(4):275-84.

Publicado

2023-07-19

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Peres, F., Centurión, M. P. B., Silva, J. M. B. da, & Brandão, A. L. (2023). Mapeamento de cursos e programas de formação em saúde pública oferecidos no Brasil. Revista De Saúde Pública, 57(1), 45. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057005205

Dados de financiamento