Aprimorando a qualidade de Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade

Autores

  • Lucas Gaspar Ribeiro Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Departamento de Clínica Médica. Ribeirão Preto, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0003-4842-4294
  • Eliana Golbfarb Cyrino Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Faculdade de Medicina de Botucatu. Departamento de Saúde Pública. Botucatu, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0002-6526-3528
  • Antônio Pazin-Filho Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Departamento de Clínica Médica. Ribeirão Preto, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0001-5242-329X

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057004822

Palavras-chave:

Medicina de Família e Comunidade, Internato e Residência, Avaliação de Programas e Instrumentos de Pesquisa

Resumo

OBJETIVO: Desenvolver e apresentar um instrumento para avaliar e monitorar a qualidade de programas de residência médica em medicina de família e comunidade (MFC) a partir dos preceptores e residentes, considerando a inserção do programa de rede de saúde. MÉTODO: A elaboração do instrumento foi desenvolvida em três etapas: 1) entrevista com preceptores em MFC; 2) revisão da literatura; e 3) produção, adequação e aprovação do instrumento avaliativo por profissionais renomados na MFC brasileira. A terceira etapa contou com nove pessoas e utilizou a técnica Delphi com obtenção de 80% de concordância. Para os resultados qualitativos foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin. RESULTADOS: Ao todo ocorreram cinco ciclos de avaliação para adequação das recomendações propostas, com eliminação de um item e ponderação, e metodologia de análise de resultado de dez itens resultantes. Atingiu-se uma matriz esperada para a organização de programas de residência na rede de saúde, dividida em três domínios: organização da unidade, recursos humanos e relação preceptor-residente. CONCLUSÃO: Um instrumento de avaliação e monitoramento de programas de residência em MFC pode ser uma ferramenta para auxiliar gestores de programas e permite a avaliação e monitoramento, qualificando-os continuamente.

Referências

Castells MA. Estudos dos Programas de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade: a questão da preceptoria. Rio de Janeiro: Fiocruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; 2014 [citado 8 nov 2022]. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14860

Berger CB, Dallegrave D, De Castro Filho ED, Pekelman R. A formação na modalidade Residência Médica: contribuições para a qualificação e provimento médico no Brasil. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2017 jan-dez;12(39):1-10. https://doi.org/10.5712/rbmfc12(39)1399.

Scheffer M. Demografia média no Brasil 2020. São Paulo: FMUSP; 2020.

Brasil. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o , no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providênicas. Diário Oficial União. 18 nov 2011.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Cobertura de Atenção Básica em dezembro de 2021. e-Gestor; 2022 [citado 8 nov 2022]. Disponível em: https://egestorab.saude.gov.br/paginas/acessoPublico/relatorios/relHistoricoCoberturaAB.xhtml

Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 2.979, de 12 de novembro de 2019. Institui o Programa Previne Brasil, que estabelece novo modelo de financiamento de custeio da Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio da alteração da Portaria de Consolidação nº 6. Diário Oficial União. 13 nov 2019.

Ribeiro LG, Villardi ML, Cyrino EG. Preceptor em residência médica em medicina de família e comunidade : compreendendo a singularidade desse profissional. In: Teixeira CP, Guilam MCR, Machado M de FAS, Gomes MQ, Almeida PF, editores. Atenção, educação e gestão produções da rede ProfSaúde. Porto Alegre: Rede Unida; 2020. p. 253-68.

Aguilar MJ, Ander-egg E. Avaliação de serviços e programas sociais. Rio de Janeiro: Vozes; 1994.

Klessig JM, Wolfsthal SD, Levine MA, Stickley W, Bing-You RG, Lansdale TF, et al. A pilot survey study to define quality in residency education. Acad Med. 2000 Jan;75(1):71-3.

Elliott RL, Juthani N V, Rubin EH, Greenfeld D, Skelton WD, Yudkowsky R. Quality in residency training: toward a broader, multidimensional definition. Acad Med. 1996;71(3):243-7.

Donabedian A. Explorations in quality assessment and monitoring: the definition of quality and approaches to its assessment. Michigan: Health Administration; 1980. Basic approaches to assessment: structure, process and outcome, p. 77-125.

Ribeiro LG, Cyrino EG, Villardi ML, Pazin-Filho A. Forças, oportunidades, fraquezas e ameaças a programas de residência em medicina de família e comunidade no Estado de São Paulo: um olhar dos preceptores. São Paulo: SciELO; 2022.

Marques JBV, Freitas D. Método DELPHI: caracterização e potencialidades na pesquisa em Educação. Pro-Posições. 2018;29(2):389-415. https://doi.org/10.1590/1980-6248-2015-0140.

Leite APT, Correia IB, Chueiri PS, Sarti TD, Jantsch AG, Waquil AP, et al. Residência em Medicina de Família e Comunidade para a formação de recursos humanos: o que pensam gestores municipais? Cien Saude Colet. 2021 Jun;26(6):2119-30. https://doi.org/10.1590/1413-81232021266.47052020.

Oliveira AMF, Moreira MRC, Xavier SPL, Machado MDFAS. Análise da integração ensino-serviço para a formação de residentes em medicina de família e comunidade. Rev Bras Educ Med. 2021;45(1):1-10. https://doi.org/10.1590/1981-5271v45.1-20200326.

Vasconcelos MIO, Souza FL, Lira GV, Dias MSA, Silva GSN. Avaliação de programas de residência multiprofissional em saúde da família por indicadores. Trab Educ Saúde. 2015;13(suppl 2):53-77. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sip00080

Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde(SUS). Diário Oficial União. 22 set 2017.

Bollela VR, Germani ACCG, Campos HH, Amaral E. Educação baseada na comunidade para as profissoes da saúde: aprendendo com a experiência brasileira. São Paulo: FUNPEC; 2014.

Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Currículo Baseado em Competências para Medicina de Família e Comunidade. Rio de Janeiro: SBMFC. 2015.

Aguiar AC. Preceptoria em programas de residência: ensino, pesquisa e gestão. Rio de Janeiro: CEPESC; 2017.

Izecksohn MMV, Teixeira Junior JE, Stelet BP, Jantsch AG. Preceptoria em medicina de família e comunidade: desafios e realizações em uma Atenção Primária à Saúde em construção. Cien Saude Colet. 2017 mar;22(3):737-46. https://doi.org/10.1590/1413-81232017223.332372016.

Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 3.510, de 18 de dezembro de 2019. Altera a Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para instituir incentivo financeiro de custeio adicional mensal para municípios com equipes de saúde integradas a programas de formação. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2019.

Ministério da Educação (BR). Resolução nº 1, de 25 de maio de 2015. Regulamenta os requisitos mínimos dos programas de residência médica em Medicina Geral de Família e Comunidade – R1 e R2 e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial União. 26 maio 2015.

Oliveira DC. Análise de Implantação do Componente Hospitalar da Rede de Urgências e Emergências – RUE [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2017.

Barreiros BC, Diercks MS, Biffi M, Fajardo AP. Estratégias didáticas ativas de ensino-aprendizagem para preceptores de medicina de família e comunidade no EURACT. Rev Bras Educ Med. 2020;44(3):e102. https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.3-20190328

Pazin-Filho A, Carlotti APCP, Scarpelini S. Implantação e desenvolvimento do Laboratório de Simulação (LabSim) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Med (Ribeirão Preto). 2017;50(4):272-83. https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v50i4p272-283

Scheffer M. Demografia médica no Brasil 2015. São Paulo: FMUSP; 2015.

Ribeiro LG. Os preceptores de residência médica em medicina de família e comunidade do Estado de São Paulo: Quem são? Onde estão? O que fazem? Botucatu: Universidade Estadual Júlio Mesquita Filho – FMB – UNESP; 2019.

Ceccim RB. Educação permanente em saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface (Botucatu). 2004 set-2005 fev;9(16):161-77.

França T, Medeiros KR, Belisario SA, Garcia AC, Pinto ICM, Castro JL, et al. Política de educação permanente em saúde no Brasil: a contribuição das Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço. Cien Saude Colet. 2017 jun;22(6):1817-28. https://doi.org/10.1590/1413-81232017226.30272016

Brasil. Resolução CNRM nº 02, de 7 de julho de 2005. Dispõe sobre a estrutura, organização e funcionamento da Comissão Nacional de Residência Médica. Brasília: Diário Oficial União. 14 jul 2005.

Carvalho F, Ventura T, Barroso R. Perfil de competências do orientador de formação. Rev Port Med Geral e Fam. 2004;20(1):147-52. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v20i1.10010

Bollela VR, Castro M. Avaliação de programas educacionais nas profissões da saúde: conceitos básicos. Med. 2014;47(3):333. https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v47i3p333-342.

Publicado

2023-09-14

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Ribeiro, L. G., Cyrino, E. G., & Pazin-Filho, A. (2023). Aprimorando a qualidade de Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade. Revista De Saúde Pública, 57(1), 65. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057004822

Dados de financiamento