Estudo das condições de saúde das crianças do Município de São Paulo, SP (Brasil), 1984-1985: III. Aleitamento materno

Autores

  • Carlos Augusto Monteiro Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Hilda Paulina Pino Zuñiga Universidade Federal de Pernambuco; Departamento de Medicina Social
  • Maria Helena D'Aquino Benício Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Marina Ferreira Rea Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101987000100003

Palavras-chave:

Saúde da criança, Inquéritos epidemiológicos, Aleitamento, Fatores sócio-econômicos

Resumo

Como parte de amplo estudo epidemiológico sobre condições de saúde na infância, investigou-se a freqüência e duração do alietamento materno em amostra representativa de crianças menores de cinco anos residentes no Município de São Paulo, SP (Brasil) (n = 1.016). Apesar de a grande maioria das crianças iniciar a amamentação (92,8%), menos da metade chega amamentada aos quatro meses de idade, alcançando os 12 e os 24 meses, respectivamente, 18,8% e 10,7% das crianças. A duração mediana da amamentação no Município de São Paulo foi estimada em 109,25 dias. Para o aleitamento materno exclusivo, a duranção mediana estimada foi ainda menor: 62,55 dias. A estratificação da amostra revelou que a duração mediana tanto da amamentação quanto do aleitamento exclusivo alcançou valores superiores nos estratos de maior nível sócio-econômico, contrariando, portanto, a situação usualmente encontrada em países em desenvolvimento. A comparação dos dados obtidos em 1984/85, com dados obtidos em 1973/74 e em 1981, revela a ocorrência em São Paulo de um movimento recente de retorno à prática da amamentação. Tal movimento, ainda não documentado em nenhum outro grande conglomerado urbano do Terceiro Mundo, assemelha-se ao movimento observado na década de 70 em vários países desenvolvidos, inclusive no que se refere à sua maior intensidade nos estratos de maior nível sócio-econômico. Embora os resultados do referido movimento possam ser considerados modestos, pois uma expressiva proporção de crianças ainda é desmamada precocemente, eles mostram que não há razão para se aceitar como inevitável ou como irreversível a tendência de queda da prática da amamentação nas sociedades urbanas do Terceiro Mundo.

Downloads

Publicado

1987-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Monteiro, C. A., Pino Zuñiga, H. P., Benício, M. H. D., & Rea, M. F. (1987). Estudo das condições de saúde das crianças do Município de São Paulo, SP (Brasil), 1984-1985: III. Aleitamento materno . Revista De Saúde Pública, 21(1), 13-22. https://doi.org/10.1590/S0034-89101987000100003