Estudo das condições de saúde das crianças do Município de São Paulo, SP (Brasil), 1984/1985: X - Consumo Alimentar

Autores

  • Sophia Cornbluth Szarfarc Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Carlos Augusto Monteiro Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Mauricio Meyer Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Eliete Salomon Tudisco Escola Paulista de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Isildinha Marques dos Reis Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101988000400002

Palavras-chave:

Saúde da criança, Consumo de alimentos, Inquéritos nutricionais, Nutrição infantil, Distúrbios da nutrição infantil

Resumo

Como parte de amplo estudo epidemiológico sobre condições de saúde na infância, uma amostra probabilística de menores de cinco anos residentes no Município de São Paulo (n = 305) foi estudada com relação à adequação nutricional de suas dietas. Através do inquérito recordatorio do consumo alimentar nas últimas 24 horas evidenciou-se que: a) a partir de um ano de idade, as dietas tornam-se insuficientes para cobrir as necessidades energéticas de grande parte da população; b) em todas as idades, mas particularmente nos primeiros dois anos de vida, o aporte dietético de ferro está muito abaixo das quantidades recomendadas para o consumo do nutriente; c) em todas as idades, o aporte de proteína e de vitamina A alcança valores satisfatórios. Tais achados mostraram-se compatíveis com a avaliação clínico-laboratorial do estado nutricional realizada simultaneamente ao inquérito alimentar. A estratificação social da amostra revelou que o nível sócio-econômico familiar influencia fortemente o consumo energético e, de forma menos intensa, o consumo de ferro. Na discussão dos prováveis fatores responsáveis pelos déficits dietéticos encontrados, hipóteses distintas são aventadas para o déficit energético e para o déficit de ferro. No caso do déficit energético, a origem básica do problema pareceria residir no baixo poder aquisitivo da população que condiciona insuficiente disponibilidade de alimentos e ingestão quantitativamente deficiente. No caso do déficit de ferro, a mesma hipótese valeria inteiramente apenas a partir da idade de dois anos. Antes desta idade, fatores relacionados ao desmame precoce e ao atraso na introdução de alimentos ricos em ferro aparentemente seriam mais importantes.

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Publicado

1988-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Szarfarc, S. C., Monteiro, C. A., Meyer, M., Tudisco, E. S., & Reis, I. M. dos. (1988). Estudo das condições de saúde das crianças do Município de São Paulo, SP (Brasil), 1984/1985: X - Consumo Alimentar . Revista De Saúde Pública, 22(4), 266-272. https://doi.org/10.1590/S0034-89101988000400002