Considerações metodológicas na interpretação do rastreamento sorológico da hepatite B em doadores de sangue

Autores

  • Celina Maria Turchi Martelli Universidade Federal de Goiás; Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública; Departamento de Saúde Coletiva
  • Ana Lúcia Sampaio Sgambatti de Andrade Universidade Federal de Goiás; Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública; Departamento de Saúde Coletiva
  • Divina das Dores Paula Cardoso Universidade Federal de Goiás; Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública; Departamento de Microbiologia
  • Simonne Almeida e Silva Universidade Federal de Goiás; Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública; Departamento de Microbiologia
  • Fabio Zicker Universidade Federal de Goiás; Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública; Departamento de Saúde Coletiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101991000100003

Palavras-chave:

Hepatite B, Sorodiagnóstico, Estudos de prevalência, Doadores de sangue

Resumo

Trata-se de parte de uma pesquisa sobre a soroprevalência e fatores de risco para as doenças infecciosas triadas pelos bancos de sangue, com o objetivo de discutir as implicações metodológicas na interpretação dos estudos seccionais realizados em bancos de sangue para estimativa da prevalência populacional para a infecção pelo Virus da Hepatite B (VHB). De outubro de 1988 a fevereiro de 1989, 1.033 primodoadores de sangue, de 5 dos 8 bancos de sangue da cidade de Goiânia - GO, Brasil, foram entrevistados. Uma amostra de sangue foi coletada para detecção dos marcadores sorológicos AgHBs e anti-HBs pela técnica de ELISA. Foram obtidas taxas de soroprevalência de 1,9% e 10,9% para AgHBs e anti-HBs, respectivamente. Não houve diferença estatisticamente significante na prevalência de AgHBs em diferentes grupos etários e sexo. Foi observado o aumento significante de anticorpos anti-HBs com a idade (X² para tendência = 7,9 p = 0, 004). O valor preditivo positivo e a sensibilidade da história de icterícia ou hepatite na anamnese em detectar soropositivos mostraram-se baixos, 13,6% e 2,2%, respectivamente. Foram discutidas a validade interna e externa e as limitações na extrapolação destas estimativas levando-se em consideração as características de distribuição etária e sexo da população, a "voluntariedade", um possível "efeito doador saudável" e a representatividade dos grupos de risco para infecção pelo VHB entre os doadores de sangue.

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Publicado

1991-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Martelli, C. M. T., Andrade, A. L. S. S. de, Cardoso, D. das D. P., Silva, S. A. e, & Zicker, F. (1991). Considerações metodológicas na interpretação do rastreamento sorológico da hepatite B em doadores de sangue . Revista De Saúde Pública, 25(1), 11-16. https://doi.org/10.1590/S0034-89101991000100003