Perfil da automedicação no Brasil

Autores

  • Paulo Sérgio D. Arrais Universidade Federal do Ceará
  • Helena Lutéscia L. Coelho Universidade Federal do Ceará
  • Maria do Carmo D. S. Batista Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo
  • Marisa L. Carvalho Secretaria de Saúde de São Paulo
  • Roberto E. Righi Universidade Federal de Minas Gerais
  • Josep Maria Arnau Universitat Autónoma de Barcelona

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101997000100010

Palavras-chave:

Automedicação^i1^sestatística & dados numéri, Uso de medicamentos^i1^sestatística & dados numéri

Resumo

INTRODUÇÃO: Os dados apresentados fazem parte de um estudo multicêntrico sobre automedicação na América Latina realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Objetivou-se traçar um perfil da automedicação através da análise da procura de medicamentos em farmácias sem prescrição médica ou aconselhamento do farmacêutico/balconista. MATERIAL E MÉTODO: As especialidades farmacêuticas foram classificadas pelo código "Anatomical Therapeutical Classification" e analisadas sob quatro aspectos qualitativos: valor intrínseco, essencialidade (lista da OMS e Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), combinação em dose fixa e necessidade de prescrição médica. RESULTADOS: Foram solicitadas 5.332 especialidades farmacêuticas (785 diferentes princípios ativos), sendo 49,5% combinações em dose fixas, 53,0% de valor intrínseco não elevado, 44,1% sujeitos a prescrição médica, 71,0% não essenciais e 40,0% baseados em prescrições médicas anteriores. Os medicamentos mais solicitados foram analgésicos (17,3%), descongestionantes nasais (7,0%), antiinflamatório/antireumático e antiinfecciosos de uso sistêmico, ambos com 5,6%. CONCLUSÕES: Os dados sugerem que a automedicação no Brasil reflete as carências e hábitos da população, é consideravelmente influenciada pela prescrição médica e tem a sua qualidade prejudicada pela baixa seletividade do mercado farmacêutico.

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Publicado

1997-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Arrais, P. S. D., Coelho, H. L. L., Batista, M. do C. D. S., Carvalho, M. L., Righi, R. E., & Arnau, J. M. (1997). Perfil da automedicação no Brasil . Revista De Saúde Pública, 31(1), 71-77. https://doi.org/10.1590/S0034-89101997000100010