Dípteros muscóides como vetores mecânicos de ovos de helmintos em jardim zoológico, Brasil

Autores

  • Vanderleia Cristina de Oliveira Fundação Instituto Oswaldo Cruz; Departamento de Biologia; Laboratório de Biologia e Controle de Insetos Vetores
  • Rubens Pinto de Mello Fundação Instituto Oswaldo Cruz; Departamento de Entomologia
  • José Mario d'Almeida Universidade Federal Fluminense; Departamento de Biologia Geral

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000600011

Palavras-chave:

Dípteros, Insetos vetores, Animais de zoológico, Vetor mecânico, Jardim Zoológico

Resumo

OBJETIVO: Verificar as espécies de dípteros muscóides capazes de veicular ovos e larvas de helmintos e avaliar o potencial de contaminação dos dípteros capturados. MÉTODOS: A pesquisa foi realizada em dois pontos distintos do Jardim Zoológico da cidade do Rio de Janeiro, RJ, no período de maio de 1996 a abril de 1998. As capturas dos dípteros foram realizadas semanalmente com armadilhas contendo peixe em putrefação, que permaneceram expostas durante uma hora nos dois pontos: local 1- próximo à lixeira do zoológico e o local 2- perto do recinto do hipopótamo e das aves de rapina. Foram capturadas 41.080 moscas, sendo a espécie Chrysomya megacephala mais representativa com 69,34%, seguida de Chrysomya albiceps 11,22%, Musca domestica 7,15%, Chrysomya putoria 4,52%, Fannia sp. 3,12%, Ophyra sp. 2,53% e Atherigona orientalis 2,08%. As moscas capturadas tiveram a superfície dos corpos lavadas com água destilada e os tubos digestivos dissecados. RESULTADOS: Das espécies estudadas, C. megacephala e M. domestica apresentaram maior quantidade de ovos de helmintos na superfície do corpo e no conteúdo intestinal. Ovos de Ascaridoidea e Trichinelloidea prevaleceram no conteúdo intestinal de C. megacephala. Dos ovos de helmintos encontrados na superfície do corpo e no conteúdo intestinal foram identificados: Ascaris sp., Toxascaris sp., Toxocara sp., Trichuris sp., Capillaria sp., Oxiurídeos, Triconstrogilídeos e Acantocephala. Também foram encontradas larvas de helmintos na superfície do corpo dos dípteros. Houve diferenças significativas (nível de 5%, pelo teste F) entre os diferentes pontos de capturas em relação ao número de ovos de helmintos encontrados nos dípteros. CONCLUSÕES: As fezes dos animais do jardim zoológico, encontradas freqüentemente nos abrigos e lixeiras, contribuíram para a proliferação dos dípteros muscóides, que assumem importante papel na veiculação de ovos de helmintos, principalmente pelo contato direto do corpo do díptero com o alimento dos animais.

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Publicado

2002-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Oliveira, V. C. de, Mello, R. P. de, & d'Almeida, J. M. (2002). Dípteros muscóides como vetores mecânicos de ovos de helmintos em jardim zoológico, Brasil . Revista De Saúde Pública, 36(5), 614-620. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000600011