Saúde auditiva de trabalhadores expostos a ruído e inseticidas

Autores

  • Cleide Fernandes Teixeira Faculdade Integrada do Recife
  • Lia Giraldo da Silva Augusto Fundação Osvaldo Cruz; Centro de Pesquisa Ageu Magalhães
  • Thais C Morata National Institute for Occupational Safety and Health

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000400005

Palavras-chave:

Perda auditiva provocada por ruído, Inseticidas, Controle de vetores, Sistema auditivo e exposições múltiplas

Resumo

OBJETIVO: Avaliar as alterações auditivas periféricas em um grupo de trabalhadores exposto a inseticidas, organofosforados e piretróides, utilizados em campanhas de controle de vetores. MÉTODOS: Estudo de prevalência de uma população de 98 indivíduos que pulverizavam venenos nas campanhas de prevenção do dengue, da febre amarela e da doença de Chagas. A amostra foi de tipo finalística, considerando o universo dos trabalhadores de um distrito sanitário, em Pernambuco, no ano de 2000. Utilizou-se questionário contendo questões de identificação de riscos ocupacional e não ocupacional, medidas de segurança utilizadas, antecedentes de problemas auditivos e sintomas referidos. Foi investigada a historia pregressa de exposição ao ruído, por ser um fator de confusão para a perda auditiva. Todos os indivíduos foram avaliados pelo teste de audiometria tonal. RESULTADOS: Dos expostos apenas aos inseticidas, 63,8% apresentaram perda auditiva. Para o grupo com exposição concomitantemente aos inseticidas e ao ruído, a perda auditiva foi de 66,7%. O tempo mediano para o desenvolvimento de alterações auditivas nas freqüências médias altas, para as exposições combinadas de inseticidas e ruído, foi de 3,4 anos e para as exposições apenas aos inseticidas foi de 7,3 anos. A perda auditiva para as exposições concomitantes aos dois fatores foi de maior intensidade nessas freqüências, do que o observado na exposição apenas aos inseticidas. CONCLUSÕES: Há evidência de que a exposição aos inseticidas induz dano auditivo periférico e que o ruído é um fator que interage com os inseticidas, potencializando seus efeitos ototóxicos. Faz-se necessário avaliar essa possível associação através de estudos epidemiológicos de caráter analítico.

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Publicado

2003-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Teixeira, C. F., Augusto, L. G. da S., & Morata, T. C. (2003). Saúde auditiva de trabalhadores expostos a ruído e inseticidas . Revista De Saúde Pública, 37(4), 417-423. https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000400005