Co-ocorrência de violência física conjugal e contra filhos em serviços de saúde

Autores

  • Michael Eduardo Reichenheim Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social
  • Alessandra Silva Dias Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social
  • Claudia Leite Moraes Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000500007

Palavras-chave:

Violência doméstica, Violência contra a mulher, Maus-tratos conjugais, Maus-tratos infantis, Fatores de risco, Fatores socioeconômicos, Características da família, Estudos de casos e controles

Resumo

OBJETIVO: Apresentar um perfil de ocorrência e co-ocorrência de violência física conjugal e contra filhos em uma população atendida em serviço de saúde, segundo diferentes características socioeconômicas e demográficas. MÉTODOS: Estudo transversal sobre violência familiar e prematuridade, realizado na cidade do Rio de Janeiro, em 2000. Foram elegíveis para a análise os domicílios contendo mulheres vivendo com companheiro e nos quais coabitavam com pelo menos um filho (ou enteado) de até 18 anos (n=205). Condições socioeconômicas, demográficas e relativas aos hábitos de vida da mulher e do companheiro foram consideradas como potenciais preditores de violência. A variável de desfecho foi analisada em quatro níveis: ausência de violência física no domicílio; ocorrência de violência física no casal; contra pelo menos um filho; e coocorrência. Utilizou-se um modelo logito-multinomial para as projeções de prevalências desses matizes de violência segundo os descritores selecionados. RESULTADOS: Os fatores associados ao maior risco do desfecho foram: idade materna >;25 anos; companheiro com primeiro grau incompleto, presença de >;2 crianças menores de cinco anos no domicílio; e abuso de álcool e drogas ilícitas pelo companheiro. Em domicílios com todas essas características, a estimativa conjunta de prevalência projetada de violência no casal e contra filhos chegou a 90,2%, sendo de 60,6% a de coocorrência. Na ausência desses fatores, as estimativas foram consideravelmente menores (18,9% e 0,2%, respectivamente). CONCLUSÕES: Profissionais de saúde não devem somente atentar à presença de um gradiente situacional, mas também ao fato de que existe paulatinamente mais chance dos agravos violentos acontecerem como um fenômeno englobando todo o grupo familiar.

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Publicado

2006-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Reichenheim, M. E., Dias, A. S., & Moraes, C. L. (2006). Co-ocorrência de violência física conjugal e contra filhos em serviços de saúde . Revista De Saúde Pública, 40(4), 595-603. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006000500007