Padrões dietéticos e risco de câncer oral: estudo caso-controle em São Paulo

Autores

  • Dirce Maria Lobo Marchioni Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Regina Mara Fisberg Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • José Francisco de Góis Filho Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho; Departamento de Cabeça e Pescoço
  • Luiz Paulo Kowalski Hospital do Câncer A.C.Camargo; Departamento de Cabeça, Pescoço e Otorrinolaringologia
  • Marcos Brasilino de Carvalho Hospital Heliópolis; Departamento de Cabeça e Pescoço
  • Márcio Abrahão Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Otorrinolaringologia, Cabeça e Pescoço. Hospital São Paulo
  • Maria do Rosário Dias de Oliveira Latorre USP; FSP; Departamento de Epidemiologia
  • José Eluf-Neto USP; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Victor Wünsch Filho USP; FSP; Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000100004

Palavras-chave:

Neoplasias bucais^i2^sepidemiolo, Dieta, Comportamento alimentar, Inquéritos sobre dietas, Estudos de casos e controles, Análise fatorial

Resumo

OBJETIVO: Analisar padrões dietéticos relacionados com o câncer oral. MÉTODOS: Estudo caso-controle de base hospitalar, parte de um estudo multicêntrico na América Latina, foi realizado em São Paulo entre novembro de 1998 e março de 2003 em 366 casos incidentes de câncer oral e 469 controles, pareados por freqüência de sexo e idade. O inquérito dietético foi realizado por questionário de freqüência alimentar. Analisou-se o risco associado ao consumo de grupos de alimentos definidos a posteriori, por análise fatorial. O primeiro fator, denominado "prudente", caracterizou-se pelo consumo de vegetais, frutas, queijos e aves. O segundo, "tradicional", pelo consumo de arroz e massas, leguminosas e carne, enquanto o terceiro, "lanches", pelo consumo de pão, manteiga, embutidos, queijos e doces. O último, "monótono", associou-se inversamente ao consumo de frutas e vegetais, e a maior parte dos outros itens alimentares. Calculou-se um escore para cada padrão derivado, para casos e controles. Após categorização dos escores em tercis, de acordo com a distribuição dos controles, estimou-se a odds ratio e o intervalo de confiança de 95% por regressão logística múltipla não condicional. RESULTADOS: O padrão "tradicional" relacionou-se inversamente com o câncer oral (OR=0,51; IC 95%: 0,32; 0.81, p=0,140), enquanto o padrão "monótono" associou-se positivamente (OR=1,78; IC 95%: 1,78; 2,85, p<0,001). CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que o prato tradicional do brasileiro, composto de arroz e feijão, mais quantidades moderadas de carne, pode conferir proteção quanto ao câncer oral, independente de outros fatores de risco reconhecidos, como consumo de álcool e tabaco.

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Publicado

2007-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Marchioni, D. M. L., Fisberg, R. M., Góis Filho, J. F. de, Kowalski, L. P., Carvalho, M. B. de, Abrahão, M., Latorre, M. do R. D. de O., Eluf-Neto, J., & Wünsch Filho, V. (2007). Padrões dietéticos e risco de câncer oral: estudo caso-controle em São Paulo . Revista De Saúde Pública, 41(1), 19-26. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000100004