Violência contra mulheres entre usuárias de serviços públicos de saúde da Grande São Paulo

Autores

  • Lilia Blima Schraiber Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Ana Flávia P L D'Oliveira Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Márcia Thereza Couto Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Heloisa Hanada USP; Faculdade de Medicina; Programa de Pós Graduação em Medicina Preventiva
  • Ligia B Kiss USP; Faculdade de Medicina; Programa de Pós Graduação em Medicina Preventiva
  • Julia G Durand USP; Faculdade de Medicina; Programa de Pós Graduação em Medicina Preventiva
  • Maria Inês Puccia USP; Faculdade de Saúde Pública; Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
  • Marta Campagnoni Andrade USP; Faculdade de Medicina; Programa de Pós Graduação em Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000300006

Palavras-chave:

Mulheres maltratadas, Violência contra a mulher, Maus-tratos conjugais, Notificação de abuso, Sub-registro, Serviços de saúde da mulher, Questionários

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência de violência contra mulheres (física, psicológica e sexual), por parceiro íntimo ou outro agressor, entre usuárias de serviços públicos de saúde e contrastá-la com a percepção de ter sofrido violência e com o registro das ocorrências nos serviços estudados. MÉTODOS: Estudo realizado em 19 serviços de saúde, selecionados por conveniência e agrupados em nove sítios de pesquisa na Grande São Paulo, entre 2001-2002. Questionários sobre violência sofrida alguma vez na vida, no último ano e agressor foram aplicados à amostra de 3.193 usuárias de 15 a 49 anos. Foram examinados 3.051 prontuários dessas mulheres para verificação do registro dos casos de violência. Realizaram-se análises comparativas pelos testes Anova, com comparações múltiplas e qui-quadrado, seguido de sua partição. RESULTADOS: As prevalências observadas foram: qualquer violência 76% (IC 95%: 74,2;77,8); psicológica 68,9% (IC 95%: 66,4;71,4); física 49,6% (IC 95%: 47,7;51,4); física e/ou sexual 54,8% (IC 95%: 53,1;56,6) e sexual 26% (IC 95%: 24,4;28,0). A violência física e/ou sexual por parceiro íntimo na vida foi de 45,3% (IC 95%: 43,5;47,1) e por outros que não o parceiro foi de 25,7% (IC 95%: 25,0;26,5). Apenas 39,1% das que relataram qualquer episódio consideraram ter vivido violência na vida, observando-se registro em 3,8% dos prontuários. As prevalências diferiram entre os sítios de pesquisa, bem como a percepção e registro das violências. CONCLUSÕES: A esperada alta magnitude do evento e sua invisibilidade foram confirmadas pelas baixas taxas de registro em prontuário. Constatou-se ser baixa a percepção das situações vividas como violência. Sugerem-se estudos ulteriores que avaliem a heterogeneidade das usuárias dos serviços.

Publicado

2007-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Schraiber, L. B., D'Oliveira, A. F. P. L., Couto, M. T., Hanada, H., Kiss, L. B., Durand, J. G., Puccia, M. I., & Andrade, M. C. (2007). Violência contra mulheres entre usuárias de serviços públicos de saúde da Grande São Paulo . Revista De Saúde Pública, 41(3), 359-367. https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000300006