Qualidade do ar e transtornos respiratórios agudos em crianças

Autores

  • Marisa Moura Fundação Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saúde Pública; Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana
  • Washington Leite Junger Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social
  • Gulnar Azevedo e Silva Mendonça Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social
  • Antonio Ponce De Leon Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Medicina Social

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000016

Palavras-chave:

Criança, Poluição do Ar, Poluentes do Ar^i1^sefeitos adver, Doenças Respiratórias^i1^sepidemiolo, Estudos Ecológicos

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a relação entre poluição do ar e efeitos respiratórios agudos em crianças. MÉTODOS: Foi realizado um estudo ecológico de séries temporais em três unidades públicas de saúde do bairro de Jacarepaguá, município do Rio de Janeiro, entre abril de 2002 e março de 2003. Foram analisados dados diários de PM10, SO2, NO2, CO e O3, e como variáveis de desfecho 45.595 atendimentos pediátricos de emergência por sintomas respiratórios ou específicos por transtornos nas vias aéreas superiores e nas vias aéreas inferiores. Foram incluídas no modelo para controle de confundimento as variáveis referentes à tendência temporal, sazonalidade, temperatura, umidade relativa do ar, precipitação de chuva, infecções respiratórias e os efeitos do calendário (como feriados e finais de semana). Foi empregada a regressão de Poisson via modelos aditivos generalizados para estimar os efeitos dos poluentes e dos fatores de confusão. RESULTADOS: Somente o O3 apresentou resultado positivo e estatisticamente significativo, tanto com todos os atendimentos de emergência por queixas respiratórias como com os atendimentos motivados por sintomas nas vias aéreas inferiores. O efeito foi no mesmo dia da exposição (lag 0). Associação significativa e de sentido inverso ocorreu com o CO e os atendimentos pediátricos por queixas respiratórias. Não se observou resultado significativo com os demais poluentes atmosféricos. CONCLUSÕES: Foram encontradas associações entre indicadores de poluição atmosférica e o número de atendimentos pediátricos de emergência por motivos respiratórios em Jacarepaguá, apesar de os níveis de todos os poluentes monitorados permanecessem abaixo dos limites recomendados durante todo o período de estudos.

Publicado

2008-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Moura, M., Junger, W. L., Mendonça, G. A. e S., & Ponce De Leon, A. (2008). Qualidade do ar e transtornos respiratórios agudos em crianças . Revista De Saúde Pública, 42(3), 503-511. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000016