Transtornos mentais comuns e uso de psicofármacos: impacto das condições socioeconômicas

Autores

  • Maria Cristina Pereira Lima Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho; Faculdade de Medicina de Botucatu; Departamento de Neurologia e Psiquiatria
  • Paulo Rossi Menezes Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Luana Carandina Unesp; Faculdade de Medicina de Botucatu; Departamento de Medicina Preventiva
  • Chester Luiz Galvão Cesar USP; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Marilisa Berti de Azevedo Barros Universidade Estadual de Campinas; Faculdade de Ciências Médicas; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Moisés Goldbaum Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000034

Palavras-chave:

Transtornos Mentais^i1^sepidemiolo, Psicotrópicos^i1^suso terapêut, Fatores Socioeconômicos, Desigualdades em Saúde, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a influência das condições socioeconômicas na associação entre transtornos mentais comuns, uso de serviços de saúde e de psicofármacos. MÉTODOS: Estudo transversal populacional conduzido na cidade de Botucatu, SP, com amostragem probabilística, estratificada e por conglomerados. Foram realizadas entrevistas domiciliares com 1.023 sujeitos de 15 anos ou mais de idade, entre 2001 e 2002. Transtorno mental comum foi avaliado utilizando o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). O uso de serviços foi investigado com relação à quinzena anterior à entrevista e uso de psicotrópicos, nos três dias anteriores. Utilizou-se regressão logística para análise multivariável, considerando o efeito do desenho. RESULTADOS: No total da amostra, 13,4% (IC 95%: 10,7;16,0) procuraram serviços de saúde na quinzena anterior à entrevista. A procura de serviços de saúde se associou ao sexo feminino (OR=2,0) e à presença de transtorno mental comum (OR=2,2). Na amostra 13,3% (IC 95%: 9,2;17,5) referiram ter usado ao menos um psicotrópico, destacando-se os antidepressivos (5,0%) e os benzodiazepínicos (3,1%). Na análise multivariável, sexo feminino e presença de transtorno mental comum mantiveram-se associados ao uso de benzodiazepínicos. Renda per capita mostrou-se direta e independentemente associada ao uso de psicofármacos, conforme aumento da renda. CONCLUSÕES: Menor renda associou-se à presença de transtorno mental comum, mas não ao uso de psicotrópicos. A associação entre transtorno mental comum e uso de psicotrópicos e maior renda reforça a hipótese da existência de iniqüidades no acesso à assistência médica na população estudada.

Publicado

2008-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Lima, M. C. P., Menezes, P. R., Carandina, L., Cesar, C. L. G., Barros, M. B. de A., & Goldbaum, M. (2008). Transtornos mentais comuns e uso de psicofármacos: impacto das condições socioeconômicas . Revista De Saúde Pública, 42(4), 717-723. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000034