Perspectiva dos pais sobre educação e castigo físico

Autores

  • Miguir Terezinha Vieccelli Donoso Universidade Federal de Minas Gerais; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem Básica
  • Janete Ricas Universidade Federal de Minas Gerais; Escola de Enfermagem; Departamento de Enfermagem Básica

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000100010

Palavras-chave:

Educação Infantil, Punição, Relações Pais-Filho, Violência Doméstica, Pesquisa Qualitativa

Resumo

OBJETIVO: Descrever a percepção dos pais acerca do castigo físico, considerando-se o significado da educação e punição física, e formas de educar. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Foram abordados 31 familiares, estando 12 sob tutela por denúncia de maus-tratos e 19 não tutelados em unidade básica de saúde e na secretaria de Assistência Social de Belo Horizonte (MG) em 2006. Procedeu-se à análise de discurso dos relatos obtidos por meio de entrevistas semi-estruturadas. Os dados foram organizados em temas e categorias. ANÁLISE DO DISCURSO: Os resultados apontaram a restrição dos discursos dos entrevistados em função das suas condições de produção. Houve diversidade de concepções sobre educação e formas de educar, tendo como pontos comuns o relato da prática da punição física por todos os pais, mesmo entre aqueles que a condenam. Os discursos foram marcados pela heterogeneidade e polifonia, sobressaindo-se o discurso da tradição, o discurso religioso e o discurso científico popularizado. Não foi observada expressão do conceito de interdição legal da prática ou dos seus excessos pelos participantes. CONCLUSÕES: A cultura do castigo físico encontra-se em transição, em que a tradição de permissão se enfraquece e a interdição se inicia lentamente. Reforço ações de repressão legal à prática poderia contribuir para acelerar o processo de interdição do castigo físico.

Publicado

2009-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Donoso, M. T. V., & Ricas, J. (2009). Perspectiva dos pais sobre educação e castigo físico . Revista De Saúde Pública, 43(1), 78-84. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000100010