Efetividade da abordagem "ver e tratar" em lesões pré-invasivas no colo uterino

Autores

  • Aparecida Cristina Sampaio Monteiro Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Fernandes Figueira; Departamento de Ginecologia
  • Fábio Russomano Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Fernandes Figueira; Departamento de Ginecologia
  • Aldo Reis Faculdade de Medicina de Campos; Departamento de Obstetrícia
  • Maria José de Camargo Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Fernandes Figueira; Departamento de Ginecologia
  • Susana Aidé Fialho Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Fernandes Figueira; Departamento de Ginecologia
  • Maria Aparecida Tristão IFF; Departamento de Patologia
  • Thiers Soares Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Fernandes Figueira; Departamento de Ginecologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000500014

Palavras-chave:

Colo do Útero, patologia, Colposcopia, classificação, Neoplasia Intra-Epitelial Cervical, Neoplasias do Colo do Útero, diagnóstico

Resumo

OBJETIVO: Comparar a efetividade do método "ver-e-tratar" (V&T) com a abordagem tradicional (biópsia prévia) das lesões escamosas intraepiteliais do colo uterino. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal realizado na cidade do Rio de Janeiro, RJ, de 1998 a 2004, com 900 pacientes não gestantes que apresentavam citologia sugestiva de lesão intraepitelial escamosa de alto grau. O método V&T inclui a excisão ampla da zona de transformaçao que é indicada quando a citologia é sugestiva de lesão intra-epitelial escamosa de alto grau, a colposcopia é satisfatória e compatível com a alteração citológica e a alteração colposcópica deve estar limitada à ectocérvice e ao primeiro centímetro do canal cervical. Foi analisado o subgrupo de 336 pacientes com colposcopias consideradas satisfatórias, compreendendo dois grupos para comparação: pacientes tratadas sem biópsia prévia (n=288) versus pacientes tratadas após a biópsia mostrando lesão intraepitelial escamosa de alto grau (n=48). Foram consideradas perdas as pacientes não tratadas ou tratadas apenas um ano ou mais após recrutamento pela clínica de colposcopia, no grupo V&T. RESULTADOS: Das pacientes recrutadas durante o período do estudo, 71 não foram tratadas ou foram tratadas apenas um ano mais tarde, fornecendo uma taxa global de abandonos de 7,9% (IC 95%: 6,1;9,7). O tempo médio entre a captação da paciente e o tratamento foi de 17,5 dias no V&T e 102,5 dias no grupo biópsia prévia. As taxas de perdas foram de 1,4% (IC 95%: 0,04;2,7) no grupo V&T e de 5,9% (IC 95%: 0;12,3) no de biópsia prévia (p=0,07). A proporção de tratamentos desnecessários (histologia negativa) no grupo V&T foi 2,0% (IC 95%: 0,4;3,6). CONCLUSÕES: A diferença de tempo médio entre a captação da paciente e o tratamento indicou que o V&T é um método que poupa tempo. A proporção de casos negativos quando o método V&T foi utilizado pode ser considerada baixa.

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Publicado

2009-10-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Monteiro, A. C. S., Russomano, F., Reis, A., Camargo, M. J. de, Fialho, S. A., Tristão, M. A., & Soares, T. (2009). Efetividade da abordagem "ver e tratar" em lesões pré-invasivas no colo uterino . Revista De Saúde Pública, 43(5), 846-850. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009000500014