Consumo de ácidos graxos trans na população da cidade de São Paulo, Brasil

Autores

  • Michelle Alessandra de Castro Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde Pública
  • Rodrigo Ribeiro Barros USP; FSP; Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
  • Milena Baptista Bueno USP; FSP; Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
  • Chester Luiz Galvão César USP; FSP; Departamento de Epidemiologia
  • Regina Mara Fisberg USP; FSP; Departamento de Nutrição

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000084

Palavras-chave:

Gorduras na Dieta, Ácidos Graxos Insaturados, Consumo de Alimentos, Inquéritos Alimentares, Estudos Transversais, Grupos Populacionais

Resumo

OBJETIVO: Analisar o consumo de ácidos graxos monoinsaturados e poliinsaturados de configuração trans na população geral. MÉTODOS: Estudo transversal realizado em São Paulo, SP, 2003, com amostra representativa de 2.298 indivíduos, sendo 803 adolescentes (12 a 19 anos), 713 adultos (20 a 59 anos) e 782 idosos (60 anos ou mais), de ambos os sexos. O consumo alimentar foi medido por meio do recordatório alimentar de 24 horas. Os valores médios de ingestão de ácidos graxos trans foram descritos segundo sexo e faixa etária. RESULTADOS: O consumo médio de ácidos graxos trans foi de 5,0g/dia (EP=0,1), correspondendo a 2,4% (EP=0,1) do total calórico e 6,8% (EP=0,1) do total de lipídios. Os adolescentes apresentaram as maiores médias de ingestão (7,4g/dia e 2,9% energia), enquanto os adultos e idosos registraram ingestão semelhante (2,2% energia; 6,4% lipídios e 6,5% lipídios, respectivamente). As médias de consumo de ácidos graxos trans entre mulheres adultas e idosas (aproximadamente 2,5% energia e 7,0% lipídios) foram maiores que as médias dos homens de mesma faixa etária. O alimento de maior contribuição para o consumo de ácidos graxos trans foi a margarina, representando mais de 30% do total ingerido, seguido do biscoito recheado para os adolescentes e da carne bovina para os adultos e idosos. CONCLUSÕES: O consumo de ácidos graxos trans encontra-se acima do preconizado pela Organização Mundial da Saúde. A substituição dos ácidos graxos trans dos alimentos industrializados pode ser uma medida eficaz para a redução do consumo desse tipo de gordura no Brasil.

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Publicado

2009-12-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Castro, M. A. de, Barros, R. R., Bueno, M. B., César, C. L. G., & Fisberg, R. M. (2009). Consumo de ácidos graxos trans na população da cidade de São Paulo, Brasil . Revista De Saúde Pública, 43(6), 991-997. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000084