Papel da autonomia na auto-avaliação da saúde do idoso

Autores

  • Maria das Graças Uchôa Penido Fonseca Fundação Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisas René Rachou
  • Josélia Oliveira Araújo Firmo Universidade Federal de Minas Gerais; Fiocruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
  • Antônio Ignácio Loyola Filho Universidade Federal de Minas Gerais; Fiocruz; Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento
  • Elizabeth Uchôa UFMG; Faculdade de Medicina; Departamento de Psiquiatria

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000100017

Palavras-chave:

Saúde do Idoso, Auto-Avaliação (Saúde), Autonomia Pessoal, Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde.

Resumo

OBJETIVO: Compreender os significados atribuídos à auto-avaliação da saúde do idoso. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo qualitativo, realizado com 17 idosos (>; 70 anos) de ambos os sexos residentes em Bambuí, MG, em 2008. Foi utilizada abordagem antropológica baseada no modelo de signos, significados e ações que relaciona ações individuais, códigos culturais e contexto macrossocial. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas centradas na auto-avaliação da saúde, descrição de saúde "boa" e saúde "ruim" e nos critérios utilizados pelos idosos na auto-avaliação da saúde. ANÁLISE DOS RESULTADOS: A idéia organizadora dos relatos vincula a autoavaliação da saúde do idoso às lógicas "participar da vida" e "ancoragem à vida". A primeira tem a autonomia como fio condutor, englobando as seguintes categorias: permanecer ativo dentro das capacidades funcionais instrumentais avançadas, ser dono da própria vida (como oposição a ser dependente), ser capaz de resolver problemas e poder agir como desejar. A segunda lógica unifica as seguintes categorias: capacidade de interação, estar engajado em relações significativas e poder contar com familiares, amigos ou vizinhos. CONCLUSÕES: A saúde é entendida pelos idosos como ter autonomia no exercício de competências funcionais demandadas pela sociedade, tais como capacidade de responder às obrigações familiares e capacidade de desempenhar papéis sociais. Ao definir sua saúde como boa ou razoável, o idoso não se caracteriza como pessoa livre de doenças, mas como sujeito capaz de agir sobre o ambiente.

Publicado

2010-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Fonseca, M. das G. U. P., Firmo, J. O. A., Loyola Filho, A. I., & Uchôa, E. (2010). Papel da autonomia na auto-avaliação da saúde do idoso . Revista De Saúde Pública, 44(1), 159-165. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000100017