Perfil epidemiológico dos pacientes em terapia renal substitutiva no Brasil, 2000-2004

Autores

  • Mariangela Leal Cherchiglia Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Elaine Leandro Machado Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Daniele Araújo Campo Szuster Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Eli Iola Gurgel Andrade Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Francisco de Assis Acúrcio Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Waleska Teixeira Caiaffa Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Ricardo Sesso Universidade Federal de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina
  • Augusto A Guerra Junior Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Odilon Vanni de Queiroz Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Isabel Cristina Gomes UFMG; Instituto de Ciências Exatas; Departamento de Estatística

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000400007

Palavras-chave:

Insuficiência Renal Crônica^i1^sepidemiolo, Terapia de Substituição Renal, Sistemas de Informação Hospitalar, Registros de Mortalidade

Resumo

OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico e clínico de pacientes em terapia renal substitutiva, identificando fatores associados ao risco de morte. MÉTODOS: Estudo observacional, prospectivo não concorrente, a partir de dados de 90.356 pacientes da Base Nacional em Terapias Renais Substitutivas, no Brasil. Foi realizado relacionamento determinístico-probabilístico do Sistema de Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade/Custo e do Sistema de Informação de Mortalidade. Foram incluídos todos os pacientes incidentes que iniciaram diálise entre 1/1/2000 e 31/12/2004, acompanhados até a morte ou final de 2004. Idade, sexo, região de residência, doença renal primária, causa do óbito foram analisados. Ajustou-se um modelo de riscos proporcionais para identificar fatores associados ao risco de morte. RESULTADOS: Ocorreu um aumento médio de 5,5% na prevalência de pacientes em terapia enquanto a incidência manteve-se estável no período. Hemodiálise foi a modalidade inicial predominante (89%). A maioria dos pacientes era do sexo masculino, com idade média de 53 anos, residente na região Sudeste, e apresentava causa indeterminada como principal causa básica da doença renal crônica, seguida da hipertensão, diabetes e glomerulonefrites. Desses pacientes, 7% realizou transplante renal e 42% evoluiu para o óbito. Os pacientes em diálise peritoneal eram mais idosos e apresentavam maior prevalência de diabetes. Entre os não transplantados, 45% foi a óbito e, entre os transplantados, 7%. No modelo final de riscos proporcionais de Cox, o risco de mortalidade foi associado com o aumento da idade, sexo feminino, ter diabetes, residir nas regiões Norte e Nordeste, diálise peritoneal como modalidade de entrada e não ter realizado transplante renal. CONCLUSÕES: Houve aumento da prevalência de pacientes em terapia renal no Brasil. Pacientes com idade avançada, diabetes, do sexo feminino, residentes nas regiões Norte e Nordeste e sem transplante renal apresentam maior risco de morte.

Publicado

2010-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Cherchiglia, M. L., Machado, E. L., Szuster, D. A. C., Andrade, E. I. G., Acúrcio, F. de A., Caiaffa, W. T., Sesso, R., Guerra Junior, A. A., Queiroz, O. V. de, & Gomes, I. C. (2010). Perfil epidemiológico dos pacientes em terapia renal substitutiva no Brasil, 2000-2004 . Revista De Saúde Pública, 44(4), 639-649. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000400007