Factores associados à hipertensão arterial nos utentes de farmácias em Portugal

Autores

  • Sofia de Oliveira-Martins Universidade de Lisboa; Faculdade de Farmácia; Institute for Research in Medicines and Pharmaceutical Sciences
  • Tiago Oliveira Universidade Nova de Lisboa; Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação; Statistics and Information Management Department
  • João J F Gomes UL; Faculdade de Ciências; Centro de Matemática e Aplicações Fundamentais; Department of Statistics and Operational Research and Center
  • Margarida Caramona Universidade de Coimbra
  • José Cabrita Universidade de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000056

Palavras-chave:

Hipertensão^i1^sepidemiolo, Farmácias^i1^sutiliza, Fatores de Risco, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência, tratamento e controlo da hipertensão e identificar factores associados em utentes de farmácias comunitárias. MÉTODOS: Estudo transversal com 1.042 utentes de 40 a 65 anos em 60 farmácias comunitárias de Portugal Continental entre outubro de 2005 e janeiro de 2006. Os dados foram obtidos pela aplicação de questionário e medição de parâmetros biológicos. Foram realizadas três regressões logísticas sequenciais para verificar associação entre as variáveis. RESULTADOS: A idade média foi de 53,7 anos e a razão homem/mulher foi 0,68. A prevalência da hipertensão arterial foi de 54,8%. Cerca de 70% dos hipertensos encontravam-se sob tratamento anti-hipertensivo e, destes, 47,7% estavam controlados. A hipertensão esteve positivamente associada à idade mais elevada, sexo masculino, ser casado, apresentar índice de massa corporal e nível de colesterol total mais alto, ser diabético, ter doença cardiovascular pessoal ou familiar precoce e reportar mais consultas médicas por ano. A hipertensão tratada mostrou-se positivamente associada a ser mulher, não casado, ser diabético, viver numa área urbana e reportar mais de três consultas médicas por ano. Nos hipertensos tratados, estar controlado foi positivamente associado a ter comportamento aderente à terapêutica anti-hipertensiva (auto-reporte), percepcionar o efeito desta medicação e ser de baixo risco cardiovascular. Os modelos preditivos apresentaram áreas sob as respectivas curvas ROC entre 0,72 e 0,78, com capacidade discriminatória aceitável. CONCLUSÕES: A prevalência da hipertensão foi elevada, mas similar à encontrada em outros estudos realizados em Portugal. A proporção de doentes tratados foi satisfatória, em contraste com o nível insuficiente de controlo.

Publicado

2011-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Oliveira-Martins, S. de, Oliveira, T., Gomes, J. J. F., Caramona, M., & Cabrita, J. (2011). Factores associados à hipertensão arterial nos utentes de farmácias em Portugal . Revista De Saúde Pública, 45(1), 136-144. https://doi.org/10.1590/S0034-89102010005000056