Tuberculose e tuberculose latente na população prisional

Autores

  • Péricles Alves Nogueira Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Regina Maura Cabral de Melo Abrahão Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Epidemiologia
  • Vera Maria Neder Galesi Secretaria de Estado da Saúde; Centro de Vigilância Epidemiológica Prof. Alexandre Vranjac

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000080

Palavras-chave:

Tuberculose Latente, Epidemiologia, Prisioneiros, Mycobacterium tuberculosis, Testes de sensibilidade microbiana, Teste tuberculínico

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência da tuberculose e tuberculose latente em detentos. MÉTODOS: Estudo observacional foi realizado com detentos de uma penitenciária e de um centro de detenção provisória do Estado de São Paulo, SP, entre março e dezembro de 2008. Questionários foram utilizados para a coleta de dados sociodemográficos e epidemiológicos. O teste tuberculínico foi aplicado (PPD-RT23-2UT/0,1ml) e os seguintes exames laboratoriais foram realizados: baciloscopia de escarro, cultura de escarro, identificação das cepas isoladas e teste de sensibilidade às drogas antituberculose. As variáveis foram comparadas utilizando-se o teste de associação qui-quadrado de Person (Χ2), teste exato de Fisher e teste das proporções. RESULTADOS: Dos 2.435 detentos entrevistados, 2.237 (91,9%) concordaram em submeter-se ao teste tuberculínico e destes, 73,0% foram reatores. O coeficiente de prevalência da tuberculose foi de 830,6 por 100.000 detentos. Os coeficientes de prevalência foram de 1.029,5/100.000 detentos na penitenciária e de 525,7/100.000 detentos no centro de detenção provisória. As características sociodemográficas dos detentos nos dois grupos estudados foram semelhantes; a maioria dos detentos era jovem e solteiro com baixa escolaridade. As características epidemiológicas diferiram entre as unidades prisionais com o número de casos de tuberculose no passado e de contato prévio com doente maior na penitenciária e tosse, expectoração e hábito de fumar mais comum no centro de detenção. Entre as 20 cepas de Mycobacterium tuberculosis identificadas, 95,0% foram sensíveis às drogas antituberculose e 5,0% foram resistentes à estreptomicina. CONCLUSÕES: As prevalências da tuberculose e da tuberculose latente foram maiores na população carcerária do que na população geral; e também maiores na penitenciária do que no centro de detenção provisória.

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Publicado

2012-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Nogueira, P. A., Abrahão, R. M. C. de M., & Galesi, V. M. N. (2012). Tuberculose e tuberculose latente na população prisional . Revista De Saúde Pública, 46(1), 119-127. https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000080