Morbidade materna extremamente grave: uso do Sistema de Informação Hospitalar

Autores

  • Maria da Consolação Magalhães Universidade Federal de Juiz de Fora; Faculdade de Medicina
  • Maria Teresa Bustamante-Teixeira Universidade Federal de Juiz de Fora; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102012005000029

Palavras-chave:

Complicações na Gravidez^i1^sprevenção & contr, Morbidade, Hospitalização, Mortalidade Materna, Sistemas de Informação Hospitalar, Serviços de Saúde Materna

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência da morbidade materna extremamente grave e identificar procedimentos hospitalares associados. MÉTODOS: Foram utilizados dados do Sistema de Informação Hospitalar fornecidos pela Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, MG, de 2006 a 2007. Foram selecionadas as internações para procedimentos obstétricos (n = 8.620 mulheres) cujo diagnóstico principal compreendia todo o capítulo XV, gravidez, parto e puerpério, da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, Décima Revisão. Foram identificados os códigos dos procedimentos realizados, procedimentos especiais e atos profissionais que pudessem contemplar o critério de morbidade materna extremamente grave da Organização Mundial da Saúde e outros procedimentos não habitualmente utilizados no período gravídico-puerperal. A análise de regressão logística foi utilizada para identificar associações entre desfecho e variáveis selecionadas. RESULTADOS: A prevalência de morbidade materna foi 37,8/1000 mulheres e a proporção de mortalidade foi 12/100.000 mulheres. O tempo de internação >; 4 dias foi 13 vezes mais alto entre as mulheres que apresentaram alguma morbidade. Após análise ajustada, os fatores preditores de morbidade materna extremamente grave foram: tempo de internação, número de internações e filhos natimortos, e os procedimentos/condições mais frequentes foram a transfusão de hemoderivados (15,7/1.000), "permanência a maior" (9,5/1.000) e pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia (8,2/1.000). CONCLUSÕES: Foi alta a prevalência de morbidade materna extremamente grave, associada principalmente às internações e variáveis relacionadas ao recém-nascido. O critério para identificação dos casos e o uso do Sistema de Informações Hospitalares mostraram-se úteis para a vigilância da morbimortalidade materna e para ampliar o conhecimento sobre os aspectos que a envolvem, contribuindo para a melhoria na qualidade da assistência à mulher no período gravídico-puerperal.

Publicado

2012-06-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Magalhães, M. da C., & Bustamante-Teixeira, M. T. (2012). Morbidade materna extremamente grave: uso do Sistema de Informação Hospitalar . Revista De Saúde Pública, 46(3), 472-478. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012005000029