Experiencia de importacao de equipamentos para pesquisa no ELSA-Brasil

Autores

  • Cristiana Paula Matos de Almeida Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saude Coletiva
  • Estela M L Aquino Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saude Coletiva
  • Eduardo L A Mota Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saude Coletiva
  • Fabio Batista Mota Fundacao Oswaldo Cruz; Instituto Oswaldo Cruz
  • Valeria Cerqueira Campos Braga Fundacao Oswaldo Cruz; Escola Nacional de Saude Publica
  • Roberto Marini Ladeira Universidade Federal de Minas Gerais; Faculdade de Medicina
  • Gabriela Feiden Silva Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Angelita Gomes de Souza Universidade de Sao Paulo; Faculdade de Medicina; Hospital Universitario
  • Rosalba Oliveira Fundacao de Apoio a Pesquisa e Extensao

DOI:

https://doi.org/10.1590/rsp.v47isuppl.2.76745

Resumo

OBJETIVO: Políticas de fomento à pesquisa em saúde foram estabelecidas na última década, avançando a produção científica nacional. Tal movimento não foi acompanhado do aperfeiçoamento do arcabouço legal-institucional, dificultando o desenvolvimento dos projetos de pesquisa. Isso inclusive no que tange às atividades de importação de equipamentos. O objetivo deste artigo foi analisar o processo de importação de equipamentos para o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). MÉTODOS: Trata-se de estudo de caso, com dados coletados em documentos internos do ELSA-Brasil em cinco Centros de Investigação e respectivas fundações de apoio. Foram analisados documentos de importação de: velocidade de onda de pulso, bioimagem e retinografia. Adicionalmente, foram realizadas entrevistas não estruturadas com pesquisadores e informantes chave nas fundações. Os dados foram tratados e organizados em três etapas: administrativa-operacional, cambial e fiscal. Foram calculados os intervalos de duração dessas etapas de modo comparativo entre os centros. RESULTADOS: A necessidade de padronização dos equipamentos em estudo multicêntrico exigiu atuação conjunta de instituições executoras e fundações. Dos equipamentos analisados, a primeira etapa, a administrativa-operacional, teve duração variada (mínimo 8 e máximo de 101, com média de 55 dias), sendo mais demorada quando incluía pareceres jurídicos. A segunda etapa, a cambial, mais longa que a primeira, não apresentou entraves ao processo (mínimo 11 e máximo 381, média de 196 dias). A terceira etapa, a fiscal, foi a mais longa (mínimo 43 e máximo 388 dias, média de 215,5 dias), devido à liberação dos equipamentos sem registro no País. Outros fatores que representaram entraves: inexperiência dos centros de investigação e das instituições em trabalhar em rede; inadequação da legislação nacional às especificidades da pesquisa científica; e falta de profissionais especializados em gestão de projeto científico. CONCLUSÕES: Os resultados mostram morosidade no processo de importação de equipamentos para pesquisa no Brasil, devido, especialmente, a entraves de ordem legal, burocrática e gerencial.

Publicado

2013-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Almeida, C. P. M. de, Aquino, E. M. L., Mota, E. L. A., Mota, F. B., Braga, V. C. C., Ladeira, R. M., Silva, G. F., Souza, A. G. de, & Oliveira, R. (2013). Experiencia de importacao de equipamentos para pesquisa no ELSA-Brasil. Revista De Saúde Pública, 47(suppl. 2), 140-149. https://doi.org/10.1590/rsp.v47isuppl.2.76745