Causas mal definidas de óbito no Brasil: método de redistribuição baseado na investigação do óbito

Autores

  • Elisabeth França de Minas Gerais
  • Renato Teixeira Horizonte
  • Lenice Ishitani Federal do Rio Grande do Sul
  • Bruce Bartholow Duncan ; Faculdade de Medicina
  • Juan José Cortez-Escalante Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância à Saúde; Coordenação Geral de Informações e Análise Epidemiológica
  • Otaliba Libânio de Morais Neto Universidade Federal de Goiás; Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
  • Célia Landman Szwarcwald Fundação Oswaldo Cruz; Centro de Informação Científica e Tecnológica

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005146

Resumo

OBJETIVO Propor método de redistribuição de causas mal definidas de óbito baseado na investigação dessas causas. MÉTODOS Foram analisados os resultados das investigações dos óbitos notificados como causas mal definidas (CMD) do capítulo XVIII da Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID-10), no Sistema de Informações de Mortalidade em 2010. Os coeficientes de redistribuição foram calculados segundo a distribuição proporcional das causas mal definidas reclassificadas após investigação em qualquer capítulo da CID-10, exceto o capítulo XVIII, e utilizados para redistribuir as causas mal definidas não investigadas e remanescentes, segundo sexo e idade. O coeficiente de redistribuição-CMD foi comparado com dois métodos usuais de redistribuição: a) coeficiente de redistribuição-Total, baseado na distribuição proporcional de todas as causas definidas notificadas; b) coeficiente de redistribuição-Não externas, similar ao anterior, com exclusão das causas externas. RESULTADOS Dos 97.314 óbitos por causas mal definidas notificados em 2010, 30,3% foram investigados. Desses, 65,5% foram reclassificados em causas definidas após investigação. As doenças endócrinas, transtornos mentais e causas maternas tiveram representação maior entre as causas mal definidas reclassificadas, ao contrário das doenças infecciosas, neoplasias e doenças do aparelho geniturinário, com proporções maiores entre causas definidas notificadas. As causas externas representaram 9,3% das causas mal definidas reclassificadas. A correção das taxas de mortalidade pelos critérios coeficiente de redistribuição-Total e coeficiente de redistribuição-Não externas aumentou a magnitude das taxas por fator relativamente semelhante para a maioria das causas, ao contrário do coeficiente de redistribuição-CMD, que corrigiu as diferentes causas de óbito com pesos diferenciados. CONCLUSÕES A distribuição proporcional de causas entre as causas mal definidas reclassificadas após investigação não foi semelhante à distribuição original de causas definidas. Portanto, a redistribuição das causas mal definidas remanescentes com base nas investigações permite estimativas mais adequadas do risco de mortalidade por causas específicas.

Publicado

2014-08-01

Edição

Seção

Prática de Saúde Pública

Como Citar

França, E., Teixeira, R., Ishitani, L., Duncan, B. B., Cortez-Escalante, J. J., Morais Neto, O. L. de, & Szwarcwald, C. L. (2014). Causas mal definidas de óbito no Brasil: método de redistribuição baseado na investigação do óbito . Revista De Saúde Pública, 48(4), 671-681. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005146