Dor musculoesquelética em mulheres da indústria do vestuário: análise na perspectiva do modelo demanda-controle
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v27i2p172-179Palavras-chave:
Esgotamento profissional, Recursos humanos, Trabalho feminino/psicologia, Mulheres/psicologia.Resumo
O objetivo do estudo foi descrever a ocorrência de dor musculoesquelética (DME) em trabalhadoras da indústria do vestuário e analisar a relação entre DME e diferentes formas de operacionalizar a variável “alta exigência psicossocial”. Trezentas e seis trabalhadoras de 40 empresas foram avaliadas em relação à DME, através do auto-relato sobre a presença ou não do sintoma. Para avaliação dos fatores psicossociais adotou-se o Job Content Questionnaire (JCQ). A partir dos escores do JCQ, a variável “alta exigência psicossocial” foi operacionalizada nas formas: quadrante, razão, logaritmo da razão e subtração. Foram testados os modelos de regressão de Poisson, considerando cada forma de cálculo da variável exposição e tendo como desfecho a DME. Das trabalhadoras avaliadas, 54,3% apresentavam DME. A probabilidade de ocorrência de DME na presença de alta exigência no trabalho variou de 1,2% a 75%, de acordo com a operacionalização desta variável. A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que situações de trabalho com alta exigência psicossocial estão associadas com dores musculoesqueléticas em trabalhadoras da indústria do vestuário. Entretanto, a forma de definição e operacionalização da variável exposição (alta exigência) interfere nos valores de probabilidade de ocorrência de dor.