Desempenho dos filtros de mantas não tecidas e de disco no tratamento de água para fertirrigação

Resumo

Um dos fatores que elevam os custos de operação e manutenção dos sistemas de irrigação localizada e, em certos casos, inviabiliza a utilização desse método, é a obstrução de emissores pela presença de partículas sólidas na água de irrigação. O presente trabalho teve por objetivo principal estimar, através de ensaios experimentais de campo, o desempenho de um filtro de disco (130 microns) com outro de manta sintética não tecida na remoção de impurezas de origens físicas, químicas e biológicas presentes na água de irrigação que promovem o entupimento dos emissores, quando se utiliza a fertirrigação. Os critérios para avaliação das impurezas presentes na água de irrigação foram baseados nos estudos realizados em sistemas de irrigação localizada. Especificamente foram analisados os seguintes parâmetros físico-químicos e biológicos da água afluente e efluente dos filtros: pH, turbidez, sólidos suspensos totais, salinidade, ferro total, sulfetos, manganês, algas e bactérias. Os fatores químicos que apresentaram médio risco de obstrução aos emissores foram pH, concentração de ferro total e sulfetos. Todos os demais parâmetros de qualidade de água analisados resultaram em valores que não apresentam risco de entupimento aos gotejadores. Procurou-se também fazer o acompanhamento da evolução da perda de carga em função do volume filtrado para os filtros, para realizar uma análise comparativa. No filtro de manta sintética não tecida, a evolução da perda de carga foi mais acentuada e mais rápida em relação ao de disco, por causa da sua maior eficiência na remoção de algas e bactérias.