Nas páginas dos jornais: o caráter diplomático atribuído à tradução literária em meados do século XX
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.tradterm.2009.46336Palavras-chave:
Tradução, literatura, cultura, diplomacia.Resumo
O período da Segunda Guerra Mundial, quando o mercado editorial europeu se fechou para as Américas, surgindo a necessidade de alianças políticas estratégicas no continente americano, foi marcado por um aumento do número de traduções de obras brasileiras levadas para os Estados Unidos. Através da política de “Boa Vizinhança” do governo Roosevelt, foi criado o Gabinete do Coordenador de Assuntos Interamericanos (OCIAA), chefiado por Nelson Rockefeller, onde passou a funcionar um programa de intercâmbio cultural entre os Estados Unidos e o Brasil. Desse programa fazia parte o incentivo à literatura traduzida, vista como fonte de conhecimento mútuo. Criou-se, então, um padrão de comportamento que perdurou por décadas. Érico Veríssimo, Gilberto Freyre, Alfred e Blanche Knopf, Samuel Putnam e Harriet de Onís foram atores importantes nesse processo. E apesar de seu posicionamento de esquerda, até mesmo o escritor Jorge Amado se tornaria, na década de 1960, um bestseller americano, através dessa vertente “diplomática” da tradução. Os fatos acima descritos foram evidenciados em jornais e revistas da época, cuja cobertura é também apresentada neste artigo.
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