Estudos da Tradução sem Tertium Comparationis? Considerações sobre o besouro de Wittgenstein e o diabo no Grande Sertão – de Rosa e da Globo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.tradterm.2007.48188Palavras-chave:
Adaptação fílmica, Grande Sertão, Veredas, Wittgenstein, virada cultural, tradução intersemiótica, Guimarães Rosa.Resumo
Discute-se aqui a provável incompatibilidade entre construções distintas de objeto aparentemente idêntico: o trânsito de uma obra literária em diferentes sistemas de signos. Por um lado, a abordagem sugerida pela virada cultural nos estudos da tradução quer-se descritivista e abole o tradicional cotejo entre texto original e tradução. Por outro lado, os estudos da tradução intersemiótica mais tradicionais ainda, reivindicam a possibilidade de alcançar a própria essência –sígnica– da obra, abrindo caminho para comparações nesse nível. Defenderei aqui uma posição descritivista, com base no argumento de que a abordagem essencialista não dá conta do uso real da linguagem. A chave para decifrar a possibilidade do abandono de um tertium comparationis no estilo tradicional é fornecida pelo aforismo 293 das Investigações Filosóficas de Ludwig Wittgenstein, no qual a própria idéia de essência oculta é questionada. Uma ilustração adicional de como opera tal raciocínio, em termos metaconceituais, pode ser encontrada nos textos do romance de Rosa e da minissérie da Globo – o que não envolve um cotejo direto entre as duas versões.Downloads
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Publicado
2007-12-18
Edição
Seção
Adaptação Fílmica
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Como Citar
Oliveira, P. (2007). Estudos da Tradução sem Tertium Comparationis? Considerações sobre o besouro de Wittgenstein e o diabo no Grande Sertão – de Rosa e da Globo. Tradterm, 13, 225-260. https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.tradterm.2007.48188