Monológo, mulher e sobrevivência em Baglady de Frank McGuinness

Resumo

Embora seja verdade que as mulheres tenham recebido muita atenção desde meados do século XX e que algumas tenham ocupado cargos importantes em domínios públicos, não são muitas as obras teatrais que dão destaque total às mulheres em suas experiências menos perceptíveis, especialmente aquelas que são desfavorecidas ou que lutam à margem da sociedade. Nas obras que de fato o fazem, as descrições das condições das mulheres nem sempre refletem suas experiências e desafios exatos. Este artigo explorará a peça Baglady (1985), de Frank McGuiness, centrada em uma protagonista que revela suas memórias dolorosas e tenta lidar com seu sofrimento. Nessa peça, a protagonista, presa ao passado, revela seus segredos obscuros em uma narrativa que nem sempre está em uma sequência temporal regular. Aliás, ao ouvir como ela dá sentido a seus problemas na vida cotidiana, o público parece participar do processo de seu autoexame e possível cura. Este ensaio também investigará como a personagem luta contra a opressão de maneiras mais radicais e como ela falha ou consegue se libertar de suas restrições ocultas.