A música como forma de resistência em Angola: Da música anticolonial ao rap de intervenção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.i42p39-60

Palavras-chave:

Música, intervenção, história, Angola, rap

Resumo

A música teve papel fundamental na luta anticolonial em Angola, desde o surgimento do grupo Ngola Ritmos na década de 1940, que expandia os ideais nacionalistas. Durante as décadas seguintes, vários grupos surgiram, cantando em prol dos movimentos de libertação. A música de cunho político, no entanto, passou a ser silenciada, após uma chacina ocorrida em 27 de maio de 1977, em que três músicos populares estiveram entre as milhares de vítimas. Após o fato, só existiram canções de cunho político gravadas por angolanos na diáspora. O retorno das músicas politizadas, produzidas no país, se dá na década de 1990, com o surgimento do rap. Atualmente, vários rappers denunciam o regime do MPLA e alguns participam de manifestações de rua. Essas ações já resultaram em várias prisões a rappers.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Francisco Carlos Guerra de Mendonça Júnior, Universidade Federal do Cariri

    Doutor em Ciências da Comunicação na Universidade de Coimbra, é professor de jornalismo da Universidade Federal do Cariri (UFCA). É mestre em Comunicação e Jornalismo pela Universidade de Coimbra e formado em Comunicação Social – Jornalismo e Radialismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Possui também MBA em administração e marketing esportivo pela Faculdade Nordeste. Pesquisa realizada com apoio da Capes no Programa de Doutoramento Pleno no Exterior - Processo BEX 99999.002257/2015-07

Referências

ALVES, A. P. Angola: musicalidade, política e anticolonialismo (1950 - 1980). In: Tempo & Argumento. Santa Catarina: Udesc, vol.5, número 10: 373-396, 2013.

BEIRÃO, L. Sou eu mais livre, então. Lisboa: Tinta da China, 2016.

BEIRÃO, L. Kanguei no maiki. São Paulo: Demônio Negro, 2017.

BIGAULT, A. Antologia das músicas de Angola. Ivry-sur-Seine: Buda Music, 1990.

CRUZ, D. Da ditadura a democracia – Ferramentas para destruir a ditadura e evitar novo ditador. Lisboa: Tinta da China, 2015.

CUNHA, I. F. Lusotropicalismo, racismo e identidade. In Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, vol. 21, n° 1. São Paulo, 1998.

FIGUEIREDO, L. Sita Valles: Revolucionária, comunista até à morte. Lisboa: Alêtheia Editores, 2014.

FOLGÔA, C. O caso peculiar das relações em Angola. In Janus Online. Lisboa: Observatório de Relações Internacionais – Universidade Autônoma de Lisboa, 2002.

GONÇALVES, J. O descontínuo processo de desenvolvimento democrático em Angola. In Occasional Papers. Lisboa: Centro de Estudos Africanos, ISCTE, 2004.

LANÇA, M. Luanda está a mexer! Hip hop underground. In Buala.org, 2010.

LOPES, J. V. Tarrafal – Chão Bom – Memórias e Verdades (II Volumes). Praia: Instituto de Investigação e Patrimônio Culturais, 2010.

MACÊDO, T. Luanda, cidade e literatura. São Paulo: Editora Unesp, 2008.

MACQUEEN, N. A descolonização da África portuguesa: a revolução metropolitana e a dissolução do império. Lisboa: Editorial Inquérito, 1998.

MATEUS, D.C. & MATEUS, A. Purga em Angola. Nito Alves, Sita Valles, Zé Van Dunem e o 27 de maio de 1977. Lisboa: Edições Asa, 2007.

MENESES, M. P. O ‘indígena’ africano e o colono ‘europeu’: A construção da diferença por processos legais. In E-cadernos CES. Coimbra: CES, 2010.

MORMAAN, M. Música e lusotropicalismo na Luanda colonial tardia. Tradução: H. Rita. In Buala.org, 2010.

NASCIMENTO, W. S. Gentes do Mato: “Os novos assimilados” em Luanda (1926-1961). Tese de Doutorado. São Paulo: USP, 2013.

LÁZARO, G. & SILVA, O. Hip-hop em Angola: O rap de intervenção social. In: Cadernos de Estudos Africanos. Lisboa: ISCTE-IUL, 2016.

SANTOS, J.A. ABC do Bê Ò. Luanda: Edições CC, 1999.

TORDJMAN, G. Sept remarques pour une esthétique du sample. In Technikart. vol. 20. 1998.

Downloads

Publicado

2021-02-02

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

MENDONÇA JÚNIOR, Francisco Carlos Guerra de. A música como forma de resistência em Angola: Da música anticolonial ao rap de intervenção. África, [S. l.], n. 42, p. 39–60, 2021. DOI: 10.11606/issn.2526-303X.i42p39-60. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/africa/article/view/193956.. Acesso em: 11 dez. 2024.