Diferenciais de utilização do cuidado de saúde no sistema suplementar brasileiro

Autores

  • Monica Viegas Andrade Universidade Federal de Minas Gerais Autor
  • Ana Carolina Maia Universidade Federal de Minas Gerais Autor

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-41612009000100001

Palavras-chave:

risco moral, sistemas de saúde, demanda por serviços de saúde

Resumo

Este artigo investiga os diferenciais de utilização de serviços no sistema de saúde brasileiro a partir de uma análise contrafactual utilizando os dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar de 1998 e 2003. Duas variáveis de utilização do cuidado médico foram selecionadas: consultas médicas e dias de internação. Os resultados sugerem a presença de sobreutilização para os dois tipos de cuidado, mas a magnitude desse diferencial é mais elevada para consultas do que para internações: para consultas, verificamos que os indivíduos que têm plano de saúde utilizam, em média, 25% a mais do que utilizariam se estivessem no sistema de saúde público e, para internações, esse diferencial está no intervalo de 8 a 15%. Para contornar a endogeneidade entre as decisões de ter plano de saúde e de utilização propomos três procedimentos. Os resultados são bastante robustos e estão em consonância com a evidência empírica internacional.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ABADIE, A.; IMBENS, G. Large sample properties of matching estimators for

average treatment effects. Econometrica, 74 (1), p. 235-267, 2006.

ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar. Disponível em: http://www.ans.gov.br.

BARROS, P. P.; Machado , M. P.; Sanz-de-Galdeano, A. Moral hazard and the demand for health services: a matching estimator approach. Journal of Health Economics, 2007, doi:10.1016/j.jhealeco.2008.02.007

CAMERON, A. C. et al. A microeconomic model of the demand for health care and health insurance in Australia. Review of Economic Studies. v. 55, n. 1, p. 85-106, 1988.

CHIAPPORI, Pierre-André et al. Moral hazard and the demand for physician services:

First lessons from a French natural experiment. European Economic Review, n.42, p 499-511, 1998.

CUTLER, D. M.; ZECKHAUSER, R. J. The anatomy of health insurance. In: CULYER, A. J.; NEWHOUSE, J.P. (Org.). Handbook of health economics. Amsterdam: North-Holland Press, 2000. p. 563-643.

JONES, Andrew. Applied econometrics for health economists – a practical guide. Office of Health Economics, London, 2001.

MANNING, W. G. et al. Health insurance and the demand for medical care: evidence

from a randomized experiment. American Economic Review, 77 (3), p. 251-277, 1987.

NEWHOUSE, Joseph P. et al. Free for all? Lessons from the RAND health insurance

experiment. Cambridge, MA: Harvard University, 1993.

NORONHA, K V. M. S.; ANDRADE, M. V. Desigualdades sociais em saúde: evidências

empíricas sobre o caso brasileiro. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 32, p. 877-897, 2001.

NYMAN, J. A. The value of health insurance: the access motive. Journal of Health Economics 18, p.141-152, 1999.

PAULY, M. V.; HELD, P. J. Benign moral hazard and the cost-effectiveness analysis of insurance coverage. Journal of Health Economics 9, p. 447-461, 1990.

SAPELLI, C.; VIAL, B. Self-selection end moral hazard in Chilean health insurance. Journal of Health Economics 830, p.1-18, 2003.

SAVAGE, E.; WRIGHT, D. J. Moral hazard and adverse selection in Australian private hospitals. Journal of Health Economics 826, p.1-29, 2002.

STANCIOLI, A. E. Incentivos e risco moral nos planos de saúde no Brasil. 2002. Dissertação

(Mestrado em Economia). Orientador: Hélio Zylberstajn. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, 81 p.

ZWEIFEL, P.; MANNING, Willard G. Moral hazard and consumer incentives in health care. In: CULYER, A. J., NEWHOUSE, J.P. (Org.). Handbook of health economics. Amsterdam: North-Holland Press, 2000. p. 410-459.

Downloads

Publicado

31-03-2009

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Andrade, M. V., & Maia, A. C. (2009). Diferenciais de utilização do cuidado de saúde no sistema suplementar brasileiro . Estudos Econômicos (São Paulo), 39(1), 7-38. https://doi.org/10.1590/S0101-41612009000100001