Consequências metodológicas das formulações 'as if': como a abordagem evolucionária sugere uma interpretação realista da economia

Autores

  • Roberta Muramatsu IBMEC São Paulo Autor
  • Fábio Barbieri Universidade de São Paulo. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Departamento de Economia Autor

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-41612009000200001

Palavras-chave:

metodologia, "como se", instrumentalismo e realismo

Resumo

Este artigo busca desafiar a visão amplamente disseminada de que o uso de formulações as if pelos economistas implica uma perspectiva metodológica instrumentalista (i.e., antirrealista). Baseado em uma análise do papel das proposições as if na teorização científica, argumenta-se que elas são também compatíveis com uma postura realista. Para efetuar a tarefa citada, discute-se o que são as formulações as if e identificam-se alguns dos seus usos realistas e instrumentalistas na prática efetiva de Economia e Biologia Evolucionária. Mais fundamentalmente, o presente trabalho sugere que o as if pode receber uma interpretação realista se consistir em uma contrapartida simplificada de uma explicação que descreve explicitamente processos evolucionários que produzem padrões de comportamento no mundo econômico real.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALCHIAN, A. Uncertainty, evolution and economic theory. In: ALCHIAN, A. Economic Forces at Work. Indianapolis: Liberty Press, 1977.

Archibald, G. H. S.; Samuelson, P. Problems of methodology: discussion.

American Economic Review Papers and Proceedings, v. 53, n. 2, p. 227-236, May 1963.

BARBIERI, F. A Teoria de processo de mercado na escola austríaca moderna. 2004. Dissertação

(Mestrado em Economia) – Faculdade de Economia e Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

BARBIERI, F. História do debate do cálculo econômico socialista. 2004. Tese (Doutorado em

Economia) – Faculdade de Economia e Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

BARTLEY III, W. W.; RADNITZKY, G. (Ed.). Evolutionary epistemology, rationality and the sociology of science. La Salle: Open Court, 1987.

BARTLEY III, W. W. Unfathomed knowledge, unmeasured wealth: on universities and the wealth of nations. La Salle: Open Court, 1990.

BECKER, G. S. Human capital: a theoretical and empirical analysis, with special reference to education. Chicago: University of Chicago Press, 1964.

BOLAND, L. A critique of Friedman´s critics, Journal of Economic Literature, v. 17, 1979.

CAMPBELL. D. T. Evolutionary epistemology. In: BARTLEY III, W.W.; Radnitzky,

G. (Ed.). Evolutionary epistemology, rationality and the sociology of science. La Salle: Open Court, 1987.

DAWKINS, R. The selfish gene. Oxford: Oxford University Press, 1989.

DAWKINS, R. The blind watchmaker. New York: Norton, 1996.

DAWKINS, R. A escalada do monte improvável. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

FRIEDMAN, M. The metodology of positive economics. In: Essays in positive economics. Chicago: The University of Chicago Press, 1953.

GARRISON, R. Time and money: the macroeconomics of capital structure. London: Routledge, 2000.

HANDS, D. W. Did Milton Friedman’s methodology license the formalist revolution? Journal of Economic Methodology, 10, p. 507-520, 2003.

HAYEK, F. A. Individualism and Economic O rder. Chicago: The University of Chicago Press, 1980.

HAUSMAN, D. M. The inexact and separate science of economics. Cambridge: Cambridge

University Press, 1992.

HIRSCH, A.; DeMarch i, N. Milton Friedman economics in theory and practice. Hertfordshire: Harvester Wheatsheaf, 1990.

Hodgson, G. M. Evolution and institutions: on evolutionary economics and the evolution

of economics. Cheltenham: Edward Elgar, 2000.

HOOVER, K.D Milton Friedman’s stance: the methodology of causal realism. Duke University Working Paper Series, 2004.

KIRZNER, I. Competição e atividade empresarial. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1986.

KNIGHT, F. H. Risco, incerteza e lucro. Rio de Janeiro: Expresão e Cultura, 1972.

KRINK, T.; VOLLRATH, F. Analysing Spider Web-building with rule-based simulations and genetic algorithms. Journal of Theoretical Biology, n. 185, p. 321-331, 1997.

LACHMANN, L. Expectations and the meaning of institutions. London: Routledge, 1994.

LANGLOIS, R. The market process: an evolutionary view. In: BOETTKE, P.; PRYCHITKO,

D. (Ed.). The market process. Cheltenham: Edward Elgar, 1994.

MÄKI, U. Rhetoric at the expense of coherence: a reinterpretation of Milton Friedman’s

methodology. Research in the History of Economic Thought and Methodology, 4, p. 127-143, 1986.

MÄKI, U. Scientific realism and Austrian explanation. Review of Political Economy, 2.3,

p. 310-44, 1990.

MÄKI, U. On the method of isolation in economics. In: Dilworth , C. (Ed.).

Poznam Studies in the Philosophy of the Sciences and the Humanities, special issue, 26, p. 319-354, 1992a.

MÄKI, U. Friedman and realism. Research in the History of Economic Thought and Methodology, 10, p. 171-195, 1992b.

MÄKI, U. Isolation, idealization and truth in economics. In: Hamminga, B.; De

March i, N. (Eds.). Poznam Studies in the Philosophy of the Sciences and the Humanities, special issue, 38, p. 147-168, 1993a.

MÄKI, U. The market as an isolated causal process: a metaphysical ground for realism.

In: Caldwell, B.; Boehm, S. (Ed.). Austrian Economics: tensions and new developments. Dordrecht: Kluwer Publishers, 1993b.

MÄKI, U. Reorienting the assumptions issue. In: Bac khouse, R. (Ed.). New directions

in economic nethodology. London: Routledge, 1994.

MÄKI, U. Scientific realism and some peculiarities of economics. Boston Studies in the

Philosophy of Science, 169, p.425-445, 1996.

MÄKI, U. As if. In: DAVIS, J.; HANDS, W.; MÄKI, U. Handbook of Economic Methodology.

Cheltenham: Edward Elgar, 1998a.

MÄKI, U. Realism. In: DAVIS, J.; HANDS, W.; MÄKI, U. Handbook of Economic

Methodology. Cheltenham: Edward Elgar, 1998b.

MÄKI, U. Kinds of assumptions and their truth: shaking an untwisted F-twist. Kyklos, 53, p. 303-322, 2000.

MÄKI, U. The methodology of positive economics (1953) does not give us a methodology

of positive economics. Journal of Economic Methodology, 10, 4, p. 495-505, 2003.

MAYER, t. Friedman’s methodology of positive economics: a soft reader. Economic Inquiry, 31, p. 213-223, 1993.

MURAMATSU, R. Sobre a possibilidade do altruísmo: uma incursão pela análise econômica

do comportamento não-egoísta. 1999. Tese (Mestrado em Economia) – Faculdade de Economia e Administração, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1999.

NELSON, R., Recent evolutionary theorizing about economic change. Journal of Economic Literature, 39, p. 48-90, 1995.

NELSON, R.; WINTER, S. An evolutionary theory of economic change. Cambridge: Harvard

University Press, 1982.

NORTH, D. Institutions, institutional change and economic performance. New York: Cambridge University Press, 1990.

POPPER, K.R. Objective knowledge. Oxford: Clarendon Press, 1972.

RIDLEY, M. Evolution. Cambridge: Blackwell Science, 1996.

SCHACKLE, G.L.S. Epistemica y economia. Mexico: Fondo de Cultura Económica, 1976.

SOBER, E.; WILSON, D. S. Unto others: the evolution and psychology of unselfish

behavior. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1998.

VROMEN, J. J. Economic evolution: an inquiry into the foundations of new institutional economics. London: Routledge, 1995.

VROMEN, J. J. Taking evolution seriously: what difference does it make to economics? In:

Dav is, J. B; Marc iano, A.; J. Runde, J. (Ed.). The Elgar Companion to Economics and Philosophy. Cheltenham, U.K: Edward Elgar, 2004.

Downloads

Publicado

30-06-2009

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Muramatsu, R., & Barbieri, F. (2009). Consequências metodológicas das formulações ’as if’: como a abordagem evolucionária sugere uma interpretação realista da economia . Estudos Econômicos (São Paulo), 39(2), 255-276. https://doi.org/10.1590/S0101-41612009000200001