A necropolítica neoliberal de encontro ao nomadismo: uma corpografia dos povos errantes na Bahia, no contexto do bolsonarismo no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2019.163215Palavras-chave:
Necropolítica Neoliberal, Cultura Nômade, BolsonarismoResumo
Este artigo ampara-se na investigação teórica acerca da necropolítica neoliberal quando de encontro ao nomadismo. A interpretação da política neoliberal como trabalho para a morte e da soberania como a expressão do direito de matar ganha dimensão material a partir de uma análise sociológica das práticas culturais e transformações das cidades contemporâneas: trata-se de uma breve corpografia (cartografia realizada pelo corpo) dos povos errantes no território da Bahia e da análise de suas conjecturas econômico-sociais quando do advento do bolsonarismo, a fim de desvelar a violência empunhada pelo Estado sobre três atores sociais representantes do nomadismo: o peregrino (romeiro religioso a cidade de Bom Jesus da Lapa, oeste do estado), o originário (comunidade remanescente indígena Ribeirão dos Paneleiros, na cidade de Vitória da Conquista, região sudoeste), e o andarilho (em situação de rua na capital baiana: Salvador).
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