“Ela canta, Pobre ceifeira”

o território, a paisagem, o lugar e a crítica à modernidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2594-9632.geoliterart.2021.183518

Palavras-chave:

Poesia, Paisagem, Lugar, Modernidade

Resumo

Este artigo tem como objetivo uma análise geo-literária do poema “Ela canta, pobre Ceifeira”, de Fernando Pessoa, para mostrar a forma como, neste texto, o poeta faz uma representação da modernidade no espaço português nos anos iniciais do século XX. O poema é o olhar do poeta nos interstícios de uma paisagem camponesa que está à margem dos ideais de progresso. Os pressupostos teóricos que fundamentam nossa análise consistem nos estudos da Geografia humanista. A paisagem e o lugar são as duas categorias que auxiliaram para explorarmos a cena suscitada pelo poema. A análise geo-literária permite, por meio da poesia, perceber as incongruências de um projeto de modernidade reinante na Europa, no final do século XIX e início do século XX. A obra de Fernando Pessoa permite compreendermos os espaços no prisma do detalhe.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Rodrigo Emídio Silva, Universidade Federal de Goiás

    Possui graduação em Geografia pela Universidade Estadual de Goiás(2007) e especialização em Métodos e técnicas de ensino pela Universidade Saldado de Oliveira(2010). Atualmente é professor da Secretaria municipal de Educação, professor da Secretaria Estadual de Educação, da Universidade Federal de Goiás, da Universidade Estadual de Goiás e Revisor de periódico da Revista Geografia Literatura e Arte da Faculdade de Filosofia.

  • Maria Geralda de Almeida , Universidade Federal de Goiás. Instituto de Estudos Sócio Ambientais

    Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestrado e doutorado em Geografia pela Université de Bordeaux III, pós doutorado em Geografia Humana pela Universidad de Barcelona, em Geografia Cultural pela Université Laval, Universita Degli Studi Di Genova e Universite de Paris IV Paris-Sorbonne. Foi presidente da Associação Nacional de Pós graduação e Pesquisa em Geografia (ANPEGE) de 2009 a 2011. Atualmente é professora colaboradora da Universidade Federal de Sergipe, também é integrante do Programa de Docente Voluntária da Universidade Federal de Goiás, onde é pesquisadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais-LABOTER. Também é pesquisadora junto ao CNPq, com o Grupo de Pesquisa em Geografia Cultural: territórios e identidade . Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Cultural, atuando principalmente nos seguintes temas: manifestações culturais, turismo, territorialidade, sertão; comunidades tradicionais (quilombolas e povos indígenas). Participa das seguintes redes: NEER- Núcleo de Estudos sobre Espaço e Representações. 18 pesquisadores de 12 instituições brasileiras. RETEC- Red internacional de estúdios de território y cultura.- Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, França, México, Peru,Venezuela RELISDETUR- Red latinoamericana de innvestigadores em desarrollo y turismo- Argentina, Brasil, Chile,Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México. RIEF - Red Internacional de Investigadores en Estudios de Fiesta, Nación y Cultura. RIEF-. Una Red con más de 150 investigadores de varias naciones. GI-1871: Grupo de Investigación de Análises Territorial, da universidad de Santiago de Compostela-Espanha. Atuamente é Pesquisadora Senior do Programa Nacional de Cooperação acadêmica na Amazônia, pelo edital Nº 21/2018 PROCAD/ AMAZONIA ? CAPES, desenvolvendo o seguinte projeto: Construção de estratégias de desenvolvimento regional e as dinâmicas territoriais do Amapá e Tocantins: 30 anos de desigualdades e complementaridades

Referências

ANDERSON, Perry. As origens da Pós-modernidade. Trad. Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999.

AMORIM, Oswaldo Bueno. A pluralidade da Geografia e as abordagens humanistas/culturais. Caderno de geografia. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial. Disponível em: <http://www.neer.com.br/anais/NEER-1/mesas/oswaldo-mesa.pdf>. 2015.

AZEVEDO, Ana Francisca de. Geografias Pós-coloniais: contestação e renegociação dos mundos culturais num presente pós-colonial. In: PIMENTA, J. R. et. al. (Org.). Geografias Pós-Coloniais. Livraria Figueirinhas, 2007. p. 31-69.

BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. Trad. José de Martins Barbosa, Hernerson Alves Baptista. São Paulo: Brasiliense, 1989.

BESSE, Jean-Marc. O gosto do mundo: exercícios de paisagem. Trad. Annie Cambe. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014a.

BESSE, Jean-Marc. Ver a Terra: seis ensaios sobre a paisagem e a geografia. Trad. Vladimir Bartalini. São Paulo: Perspectiva, 2014b.

CASTELLS, Mannuel. O Poder da Identidade. Trad. Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e Terra,1999.

COSGROVE, Denis. A Geografia está em toda parte: cultura e simbolismo nas paisagens humanas. In: Corrêa, Roberto Lobato; Rosendahl, Zeny (Orgs). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. p.92-123.

CRUZ, Valter do Carmo. Itinerários teóricos sobre a relação entre território e identidade. In: BEZERRA, A. C. A. et. al. (Orgs.). Itinerários Geográficos. Niterói: EdUFF, 2007. p. 13-35.

DARDEL, Eric. O Homem e Terra: natureza da realidade geográfica. Trad. Werter Holzer. São Paulo: Perspectiva, 2015.

FEATHERSTONE, Mike. Cultura de consumo e pós-modernismo. Trad. Julio Assis Simões. São Paulo: Studio Nobel, 1995.

GOMES, Paulo César da Costa. O lugar do olhar: elementos para uma geografia da visibilidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

GOMES, Paulo César da Costa. Sobre Territórios, Escalas e Responsabilidade In: HEIDRICH, A. L. et al.(Orgs.). A Emergência da Multiterritorialidade: A ressignificação da relação do humano com o espaço. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005. p. 37-44.

HALL, Stuart. A identidade Cultural na Pós- Modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Lobo. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.

HAESBAERT, Rogério. Dilema de Conceitos: Espaço-território e contenção territorial. In: SAQUET, M.; SPOSITO, E. S. (Orgs.). Territórios e territorialidades, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular, 2009. p. 95-120.

HUMBOLDT, Alexander von. Cosmos. Ensayo de una descripción física del mundo. Tomos I. Madrid (1851 – 1852). Córdoba, 2005.

KUMAR, Krishan. Da sociedade pós-industrial à pós-moderna: novas teorias sobre o mundo contemporâneo. Trad. Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

RAFFESTIN, Claude. Por uma Geografia do poder. Trad. Maria Cecília França. São Paulo: Ática, 1993.

RELPH, Edward. Reflexões Sobre a Emergência, Aspectos e Essência de Lugar. In MARANDOLA, Eduardo Júnior. et al. (Orgs.). Qual o Espaço do Lugar? Geografia, epistemologia, fenomenologia. São Paulo: Perspectiva, 2012. p. 17-32.

MARTINS, Fernando Cabral (org.). Ficções do Interlúdio, 1914-1935 – Fernando Pessoa. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

MELLO, João Baptista Ferreira de. O triunfo do lugar sobre o espaço. In MARANDOLA, Eduardo. Júnior. et al. (Orgs.). Qual o Espaço do Lugar? Geografia, epistemologia, fenomenologia. São Paulo: Perspectiva, 2012. p. 33-68.

MUÑOZ, Francesc. El tiempo del território, lós territórios del tiempo. In: NOGUÉ, Joan & ROMERO, Juan. (Orgs.) Las Otras Geografias. Valencia: Editorial Tirant lo Blanch, col. Crónica, 2006, p. 235-254.

TEIXEIRA, Ana Lúcia de Freitas. Modernidades em confronto: as literaturas modernistas brasileira e portuguesa. 2009. Tese (Doutorado em Sociologia) – Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

TUAN, Yu-fu. Topofilia: Um Estudo da Percepção, Atitudes e Valores do Meio Ambiente. Trad. Livia de Oliveira. São Paulo/Rio de janeiro: Difel, 1980.

Downloads

Publicado

2021-12-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

“Ela canta, Pobre ceifeira”: o território, a paisagem, o lugar e a crítica à modernidade. (2021). Revista Geografia Literatura E Arte, 3(2), 41-62. https://doi.org/10.11606/issn.2594-9632.geoliterart.2021.183518