As figurações do cerceamento nos textos de Samuel Beckett e de Hilda Hilst
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2020.189761Palabras clave:
Cerceamento, Violência, Cilindro, Samuel Beckett, Hilda HilstResumen
O presente trabalho pretende interpretar as figurações do cerceamento em espaços enclausurados, a partir do diálogo entre a narrativa O despovoador (1970), de Samuel Beckett, e o texto dramático As aves da noite (1968), de Hilda Hilst. Ambos os textos perfazem experiências de extrema violência, repressão e desamparo. As situações narradas manifestam a depauperação e a miséria humanas vividas pelas personagens-prisioneiras, na medida em que aludem pontualmente a ambientes cerrados em formato de cilindro, marcados pelo encarceramento e pela restrição absoluta da liberdade. Tanto a obra de Samuel Beckett quanto a de Hilda Hilst revelam uma potente complexidade criativa, cuja abertura demanda novas formas de encarar a natureza do discurso ficcional, bem como novas possibilidades de pensar o mundo.
Descargas
Referencias
Agamben, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Trad. de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
Alighieri, Dante. A divina comédia. Trad. e notas de Italo Eugenio Mauro. São Paulo: Editora 34, 2009.
Andrade, Fábio de Souza. “Try again. Fail again. Fail Better (Prefácio)”. In: Beckett, Samuel. O despovoador; mal visto mal dito. Trad. de Eloisa Araújo Ribeiro; edição preparada por Vadim Nikitin. São Paulo: Martins Fontes, 2008. p. VII-XXVII.
Andrade, Fábio de Souza. Samuel Beckett: o silêncio possível. Cotia: Ateliê Editorial, 2001.
Beckett, Samuel. Le dépeupleur. Paris: Les éditions de minuit, 1970.
Beckett, Samuel. “Carta de Samuel Beckett a Axel Kaun, a ‘Carta Alemã’ de 1937”. In: Andrade, Fábio de Souza. Samuel Beckett: o silêncio possível. Cotia: Ateliê Editorial, 2001a. p. 167-171.
Beckett, Samuel. “Três diálogos com Georges Duthuit (1949)”. In: Andrade, Fábio de Souza. Samuel Beckett: o silêncio possível. Cotia: Ateliê Editorial, 2001b. p. 173-182.
Beckett, Samuel. “O despovoador”. In: O despovoador; mal visto mal dito. Trad. de Eloisa Araújo Ribeiro; edição preparada por Vadim Nikitin. São Paulo: Martins Fontes, 2008. p. 3-34.
Betti, Maria Sílvia. “O teatro de resistência”. In: Faria, João Roberto (Direção). História do teatro brasileiro. Do modernismo às tendências contemporâneas. v. 2. J. Guinsburg e João Roberto Faria, projeto e planejamento editorial. São Paulo: Perspectiva/SESCSP, 2013.
Blanchot, Maurice. “Onde agora? Quem agora?”. In: O livro por vir. Trad. de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p. 308-318.
Cunha, Rubens da. O voo solitário da dramaturgia de Hilda Hilst. Tese (Doutorado em Literatura) – Programa de Pós-Graduação em Literatura, Universidade Federal de Santa Catarina, 2015.
Deleuze, Gilles. “L’épuisé”. In: Beckett, Samuel. Quad et Trio du Fantôme, ... que nuages ..., Nacht und Träume. Traduit de l’anglais par Edith Fournier. Paris: Les Éditions de Minuit, 1992. p. 55-106.
Foucault, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. 13. ed. Trad. de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1999.
Foucault, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 35. ed. Trad. de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 2008.
Gagnebin, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.
Hilst, Hilda. Fluxo-floema. São Paulo: Globo, 2003.
Hilst, Hilda. Teatro completo. Posfácio de Renata Pallottini. São Paulo: Globo, 2008.
Hilst, Hilda. Fico besta quando me entendem. Entrevistas com Hilda Hilst. Organização de Cristiano Diniz. São Paulo: Globo, 2013.
Hilst, Hilda. Da poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
Kafka, Franz. “A construção”. In: Um artista da fome e a construção. Trad. de Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. p. 61-108.
Lamartine, Alphonse de. “L’isolement”. In: Méditations poétiques. Avec une notice biographique, une notice historique et littéraire, des notes explicatives, des jugements, un questionnaire et des sujets de devoirs, par Henri Maugis. Paris: Librairie Larousse, 1942. p. 15-18.
Locatelli, Carla. Unwording the world. Samuel Beckett’s prose Works after the Nobel Prize. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1990.
Moraes, Eliane Robert. “A prosa degenerada”. Jornal de resenhas, Discurso editorial/USP/Unesp/UFMG/Folha de S.Paulo, São Paulo, 10 mar. 2003.
Pallottini, Renata. “Do teatro”. In: Hilst, Hilda. Teatro completo. São Paulo: Globo, 2008. p. 491-517.
Pécora, Alcir. “Nota do organizador”. In: Hilst, Hilda. Teatro completo. Posfácio de Renata Pallottini. São Paulo: Globo, 2008. p. 7-19.
Pécora, Alcir (org.). Por que ler Hilda Hilst. São Paulo: Globo, 2010.
Pécora, Alcir. “Hilda menor: teatro e crônica”. In: Reguera, Nilze Maria de Azevedo; Busato, Susanna (org.). Em torno de Hilda Hilst. São Paulo: Unesp, 2015. p. 13-27.
Rosenfeld, Anatol. “O teatro de Hilda Hilst”. O Estado de S.Paulo, São Paulo, 21 jan. 1969. Suplemento Literário.
Rosenfeld, Anatol. Primas do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2000.
Souza, Ana Helena. “Molloy: dizer sempre, ou quase”. In: Beckett, Samuel. Molloy. Trad. e prefácio de Ana Helena Souza. 2. ed. São Paulo: Globo, 2014. p. 7-20.
Vincenzo, Elza Cunha de. Um teatro de mulher: dramaturgia feminina no palco brasileiro contemporâneo. São Paulo: Perspectiva/Edusp, 1992.
Waldman, Berta. “Sobrevoando Auschwitz: ‘As aves da noite’”. Remate de Males, Campinas, n. 2, v. 27, p. 171-182, jul./dez. 2007.
Weber-Caflisch, Antoinette. Chacun son dépeupleur: sur Samuel Beckett. Paris: Les Éditions de Minuit, 1994.
Publicado
Versiones
- 2021-12-02 (2)
- 2020-11-11 (1)
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Andréa Jamilly Rodrigues Leitão
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
- Los autores conservan los derechos autorales y conceden a la revista el derecho a la primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Licença Creative Commons Attribution que permite la divulgación de este trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Los autores tienen autorización para asumir contratos adicionales separadamente, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (p.e. publicar en archivos institucionales o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Los autores tienen permiso y son estimulados a publicar y distribuir su trabajo online (p.e. en archivos institucionales o en su página personal) en cualquier momento, sea antes o durante el proceso editorial, ya que puede provocar modificaciones productivas, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (ver O Efeito do Acesso Livre).