Traduzir poesia ou a poesia do traduzir

Autores

  • Karen Lemes Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i51p40-51

Palavras-chave:

Tradução literária, Processo de criação, O apanhador no campo de centeio, Caetano W. Galindo, Prosa e ritmo

Resumo

A partir desta pesquisa, buscamos estudar como o elemento rítmico, considerado essencial e de análise indispensável nos estudos do verso poético, também aparece como preocupação concreta de quem escreve e traduz prosa. Para além de ser uma abordagem intuitiva ou um cuidado em estabelecer ou reproduzir o tom e os sons do texto trabalhado, lidar com o ritmo pode ser parte sistemática do fazer, outro elemento literário que compõe e integra a materialidade textual. Assim, ao longo do nosso trajeto, refletiremos sobre a questão do ritmo na prosa firmando-nos na “carta do tradutor”, escrita por Caetano Waldrigues Galindo a Marcia Copola, preparadora de sua tradução de The Catcher in the Rye, de J. D. Salinger – O apanhador no campo de centeio. Traremos observações orientadas pela crítica do processo de criação, a qual nos permite tratar a tradução literária como um ato criativo que continua seu texto fonte. Ademais, teremos como base a ideia de que, mesmo mediante sua materialidade, o texto é um organismo maleável que depende de leituras para se fixar – ou mesmo manter-se movediço. Portanto, ao aplicar esses princípios teóricos à análise do objeto estudado, discorreremos acerca dessa prática tradutória e da possibilidade de a questão rítmica atravessá-la.

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Biografia do Autor

  • Karen Lemes, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Mestranda em Literatura e Crítica Literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
    E-mail: karenlemes7@gmail.com

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Publicado

2023-12-31

Como Citar

Lemes, K. (2023). Traduzir poesia ou a poesia do traduzir. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 51, 40-51. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i51p40-51