Confiança, confiabilidade e ética: podem as empresas aprender alguma coisa com Aristóteles?

Autores

  • José Pedro Cerdeira Escola Superior de Educação do Politécnico de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-2593.organicom.2018.149124

Palavras-chave:

Crise, Confiança, Confiabilidade, Ética nos negócios, Aristóteles, Virtudes

Resumo

A recente crise de 2007 deu uma grande visibilidade ao problema da confiança nas organizações e ao problema associado da confiabilidade dos CEOs, reabrindo o debate sobre a importância da ética nos negócios. Contudo, a ambiguidade de alguns conceitos e a escassez de referências sobre a ética da confiança podem limitar os resultados desta discussão. Com este trabalho, propõe-se a recuperação de uma parte do pensamento de Aristóteles e sugerem-se alguns contributos para a análise do problema.

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Biografia do Autor

  • José Pedro Cerdeira, Escola Superior de Educação do Politécnico de Coimbra

    Doutor em Psicologia Social
    Mestre em Psicologia
    Licenciado em Psicologia na Universidade de Coimbra
    Professor-coordenador e diretor da licenciatura em Comunicação Organizacional e do mestrado em Comunicação Organizacional: Cidadania, Confiança e Responsabilidade Social, na Escola Superior de Educação do Politécnico de Coimbra
    Membro do Centro de Estudos de Psicologia Social (Ceps) e do Instituto de Investigação Aplicada (i2A).

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Publicado

2018-11-29

Como Citar

CERDEIRA, José Pedro. Confiança, confiabilidade e ética: podem as empresas aprender alguma coisa com Aristóteles?. Organicom, São Paulo, Brasil, v. 15, n. 29, p. 89–100, 2018. DOI: 10.11606/issn.2238-2593.organicom.2018.149124. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/organicom/article/view/149124.. Acesso em: 12 out. 2024.