Quem são as mulheres encarceradas no Paraná? Mais do que estatísticas, subjetividades e sentimentos nas cartas endereçadas aos excelentíssimos juízes
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2023.212336Palavras-chave:
Encarceramento, Sistema Prisional, Criminalidade Feminina, GêneroResumo
Mulheres sempre cometeram e continuam cometendo crimes, indo contra leis e normas socias estabelecidas e consideradas adequadas ao comportamento feminino. Algumas serão investigadas, julgadas e cumprirão a pena privativa de liberdade. Atualmente o Brasil é o 3º país com a maior população carcerária do mundo, chegando a um total de 909 mil pessoas atrás das grades, perde apenas para Estados Unidos e China. Também é o 3º país que mais encarcera mulheres, atingindo a marca de 42,6 mil mulheres encarceradas, número bem expressivo, considerando que elas representam 7% da população prisional no mundo. Em sua maioria são mulheres negras e pobres, perfil facilmente criminalizado pelo sistema de justiça. Apesar dos crimes cometidos, essas mulheres não perder sua humanidade, dessa forma, serão expostos alguns fragmentos de cartas escritas por elas para juízes e também para familiares, objetivando a humanização delas para além do crime praticado. A metodologia utilizada será a Análise do Discurso, das cartas que estavam arquivadas em seus prontuários, que demonstram o discurso da razão, da verdade, dos operadores do direito e da lei e também o da loucura, da mulher criminosa, acusada e condenada. A riqueza desses documentos se dá em ser um material produzido por elas, demonstrando seus sentimentos, medos e aflições quanto ao cárcere.
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