Entre a dança e a arquitetura das mulheres Yawanawá: práticas espaciais indígenas na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfauusp.2022.176960Palabras clave:
Floresta amazônica acreana, terra indígena, Rio Gregório, arquitetura Yawanawá, saberes ancestrais YawanawáResumen
Este artigo visa observar transformações e permanências ocorridas nas práticas espaciais da população indígena Yawanawá. A intenção é pensar, junto com esse povo, caminhos que possam contribuir para o estudo das suas espacialidades e, assim, para a afirmação do saber indígena no âmbito acadêmico da arquitetura, de maneira que sejam visualizadas e reconstituídas as sabedorias e técnicas espaciais do saber-fazer ameríndio. As mulheres Yawanawá, que atualmente vivem conectadas aos fluxos econômicos e políticos de escala planetária, pensam, sonham e constroem arquiteturas contemporâneas no seu território. Elas materializam, cotidianamente, uma transgressão ao apagamento epistêmico do povo indígena, na medida em que circulam em seus corpos e ações estratégias políticas de (re)existência, de mutação e adaptação aos fluxos capitalistas, assentadas em sua cosmologia e em valores compartilhados entre si. Neste texto, trata-se de reivindicar a arquitetura contemporânea Yawanawá como locus de produção de saberes e conhecimentos de mútua implicação entre indígenas e não indígenas.
Descargas
Referencias
BRENNER, N; SCHMID, C. Planetary Urbanization. In: GANDY, Matthew. (org.). Urban Constellations. Berlim: Jovis, 2012. 10-13p.
CARID NAVEIRA, Miguel Alfredo. Yawanawá: da guerra à festa. Dissertação. (Mestrado em Antropologia) - Universidade Federal de Santa Cantarina, Florianópolis, 1999. 203p.
DANOWSKI, Déborah; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Há um mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. 2 ed. Florianopolis: Desterro: Cultura e Barbárie: Instituto Socioambiental, 2017, 184p.
FARIA, Luiz de Castro. Origens culturais da habitação popular no Brasil. Boletim do Museu Nacional, Nova Série, Antropologia n. 12, 1951. 71p.
FERREIRA OLIVEIRA, Aline. Yawa-nawa: alianças e pajés nas cidades. Dissertação. (Mestrado em Antropologia social) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2012, 236p.
JACQUES, Paola Berenstein. Notas fugidias sobre nossa herança antropófaga. Redobra, n.15, ano 6, Insurgências decoloniais. p. 111-120, 2020. Disponível em: http://www.redobra.ufba.br/wp-content/uploads/2020/15/7-REDO BRA_15-Ensaios_Paola_Berenstein_Jacques.pdf. Acesso em outubro de 2020.
KOPENAWA, Davi.; ALBERT, Bruce. A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. Companhia das Letras, São Paulo, 2015. 729p.
LEFEBVRE, H. A revolução urbana. Editora UFGM, Belo Horizonte, 1999 [1970].
MENDO PÉREZ, Maria Ayara. Tudo o que era ar se desmancha no capital: formas de urbanização extensiva na Terra Indígena Rio Gregório do estado do Acre. (Doutorado em Planejamento Urbano e Regional). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 2018, 304p.
MONTE-MÓR, Roberto. Urbanização extensiva e novas lógicas de povoamento: um olhar ambiental. In: SANTOS, M.; SOUZA, M.; SILVEIRA, M. (Org.) Território: globalização e fragmentação. São Paulo: Hucitec: Anpurp.169-181, 1994.
MOASSAB, Andréia. Os desafios de introduzir as categorias gênero e raça no ensino de arquitetura e urbanismo. Epistemologias do Sul, Foz do Iguaçu, v. 3, n.2, p. 134-153, 2019. Disponível em: https://revistas.unila.edu.br/epistemologiasdosul/article/view/2478. Acesso em outubro de 2020.
OSTETTO, Luciana Esmeralda. Danças circulares na formação de professores: a inteireza de ser na roda. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2014. 190p.
PÉREZ-GIL, Laura. O sistema médico Yawanawá e seus especialistas: cura, poder e iniciação xamânica. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.17 (2), p. 333-344, mar-abr, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000200008.
RIVERA CUSICANQUI, Silvia. Ch’ixinakax: una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores- Buenos Aires: Tinta Limón, 2010. 80p.
STENGERS, Isabelle. No tempo das catástrofes: resistir a barbárie que se aproxima. São Paulo: Cosac Naify, 2015. 160p.
SIMAS, Luiz Antônio.; RUFINO, Luiz. Fogo no Mato: A ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula, 2018. 124p.
SOUZA, Renan Reis. Arte, corpo e criação: vibrações de um modo de ser Yawanawá. Dissertação. (Mestrado em Sociologia e Antropologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. 138p.
TURNER, Victor. O processo ritual: estrutura e anti-estrutura. Petrópolis: Vozes, 1974. 245p.
VINNYA, Aldaiso Luiz; OCHOA, Maria Luiza Pinedo; TEIXEIRA, Gleyson de Araújo (org.). Costumes e Tradição do Povo Yawanawá. Comissão Pró-Índio do Acre. Organização dos Professores Indígenas do Acre. Belo Horizonte: Fale/UFMG: SECAD/MEC, 2007. 180p.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O nativo relativo. Mana, Rio de Janeiro , v. 8, n. 1, p. 113-148, Apr. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132002000100005&lng=en&nrm=iso>. access on Oct. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-93132002000100005
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafisicas canibais: Elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Ubu Editora, n-1 edições, 2018. 288p
WOSIEN, Berhard. Dança: um caminho para a totalidade. São Paulo: Triom, 2000. 157p.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Maria Ayara Mendo Pérez
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-SinDerivadas 4.0.
La revista Pós. del programa de postgrado FAUUSP está licenciada con una licencia Creative Commons Attribution 4.0 International License.
El titular de los derechos de autor es el autor del artículo. La revista Pós. sólo exige que la publicación del artículo sea inédita. El autor tiene el derecho de divulgar su artículo según su conveniencia debiendo citar la revista.
La revista Pós. autoriza la republicación de sus artículos desde que debidamente citada fuente y autoría.
DIADORIM - Diretório de Políticas Editoriais