Casa substantivo feminino: representação do espaço arquitetônico em Casa e Jardim e Casa Claudia, na era das grandes revistas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v18i30p120-137Palavras-chave:
Periódicos, Arquitetura modernista, ImaginárioResumo
O surgimento de revistas interessadas em arquitetura e dedicadas ao grande público, como Casa e jardim, na década de 1950, e Casa Claudia, na década de 1970, representou o estabelecimento, a partir da segunda metade do século 20, de uma cultura de morar ligada ao espaço doméstico e aos valores que ele, enquanto objeto tipológico, representa. Dentre outras coisas, significou a afirmação dos valores dos papéis sociais da mulher e da arquitetura, como depositária dos atributos de privacidade, intimidade: locus da família, da memória e do afeto. As revistas estabeleceram uma maneira de representar o espaço arquitetônico de morar, legitimando comportamentos, ao exercitar uma pedagogia estética, inaugurando uma cultura ligada ao morar e estabelecendo uma fonte de imaginários ligada às formas de construir-se no Brasil. Pela afirmação de uma imagética civilizatória, tanto Casa e Jardim quanto Casa Claudia estabeleceram uma representação que se tornou um padrão para as demais publicações periódicas dedicadas ao tema, a partir delas.Downloads
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