Ser ou não ser pescadora artesanal? Trabalho feminino, reconhecimento e representação social entre marisqueiras da Bacia de Campos, RJ
DOI:
https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.178848Palavras-chave:
Pesca artesanal, divisão sexual do trabalho, gênero, identidade, educação ambientalResumo
O presente texto descreve e analisa, a partir de uma perspectiva de gênero, as relações de trabalho das mulheres na pesca artesanal de Campos dos Goytacazes, RJ, tendo como foco o processo de participação e representação feminina no Grupo Gestor da Pesca Artesanal. A partir de pesquisa qualitativa e entrevistas narrativas, analisamos a recusa e interdição ao uso da identidade laboral de pescadora por meio do agenciamento das categorias nativas marisqueira(s), fundo(s) de quintal(is) e dona(s) de fundo de quintal. Esses dados descritivos foram cotejados e tensionados à teoria de divisão sexual do trabalho e à categoria analítica de gênero para compreender possíveis desigualdades e formas de (in)visibilização do trabalho feminino na pesca artesanal local. Este artigo é resultado de pesquisa financiada pelo Projeto de Educação Ambiental (PEA) Pescarte, que é uma medida de mitigação exigida pelo Licenciamento Ambiental Federal, conduzido pelo IBAMA.
Downloads
Referências
ANTUNES, Ricardo. 1999. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo.
BULHÕES, Eduardo Manuel Rosa et al. 2016. “Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima. A Experiência do Município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil”. Sociedade e Natureza., Uberlândia, MG: v. 28, n. 2, p. 285-300, agosto.
PETROBRAS/ IBAMA/ UENF. 2016. Censo PEA-Pescarte. Projeto de Mitigação Ambiental, Campos dos Goytacazes, RJ.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. 2016. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Editora Boitempo.
FARIA, Nalu. 2009. “Economia feminista e agenda de luta das mulheres no meio rural”. In. BUTTO, Andrea.(org.). Estatísticas rurais e a economia feminista: um olhar sobre o trabalho das mulheres. Brasília, DF: MDA, 168p.
FRASER, Nancy. 2009. “O Feminismo, o Capitalismo e a astúcia da História”. Trad. Anselmo da Costa. In: Revista Meditações, v. 14, p. 11-33, jul/dez.
GERBER, Rose Mary. 2015. “Nos passos de Gioconda Mussolini, a construção de uma etnografia sobre invisibilidades e mulheres pescadoras”. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 58, n. 2, p. 99-116. :https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/108514.
HIRATA, Helena. 2002. “Globalização e divisão sexual do trabalho”. Cadernos Pagu. Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp. Campinas, n. 17-18, p. 139-156.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332002000100006&lng=en&nrm=iso.
“Gênero, Patriarcado, Trabalho e Classe”. Revista Trabalho Necessário. Ano 16, Nº29.
HUGUENIN. Fernanda Pacheco da Silva e HELLEBRANDT, Luceni Medeiros. 2018. “Mulheres na Cadeia da Pesca: legislação e (des)regulamentação de direitos em comunidades pesqueiras do litoral fluminense”. In: Anais 31ª Reunião Brasileira de Antropologia (09 a 12/12/2018). Brasília/DF.
JOVCHELOVITCH, Sandra e BAUER, Martin W. 2002. “Entrevista Narrativa”. In: BAUER, Martin W. e GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis, RJ: Editora Vozes.
KOFES, Maria Suely. 2001. Mulher, mulheres: Identidade, diferença e desigualdade na relação entre patroas e empregadas domésticas. Campinas, SP: Editora UNICAMP.
MELO, Maria de Fatima Massena de; LIMA, Daisyvângela E. da S. e STADTLER Hulda Helena Coraciara. 2009. “O Trabalho das pescadoras artesanais: "Coisa de mulher". In: Congresso Brasileiro de Economia Doméstica, XX, 2009, Fortaleza - CE, Anais Grupo de Trabalhos GT 01 - Desenvolvimento humano, família e relações de gênero, Fortaleza - CE, 2009, p. 1-11. Disponível em: http://www.xxcbed.ufc.br/arqs/gt1/gt1_36.pdf.
PERROT, Michelle. 2005. As mulheres ou os silêncios da história. Bauru, SP: EDUSC.
QUINTAS, José Silva. 2006. Introdução à gestão ambiental pública. 2.ed. Brasília: IBAMA.
THEIS, Rafaella. 2016. “Marisqueiras” da Bacia de Campos: Relações de gênero e o trabalho da mulher na pesca artesanal no Rio de Janeiro. Campos dos Goytacazes, RJ. Dissertação UENF.
TIMÓTEO, Geraldo Marcio. 2016. “Apresentação”. In: TIMÓTEO, G.M (organizador). Educação ambiental com participação popular: avançando na gestão democrática do ambiente. Campos dos Goytacazes, RJ: FUNDENOR.
WOORTMANN, Ellen Fensterseifer. 1992. “Da Complementaridade à Dependência: Espaço, Tempo e Gênero em Comunidades ‘Pesqueiras’”, Revista Brasileira de Ciências Sociais, 18, 41-61.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista de Antropologia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista de Antropologia concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).