Frei Agostinho de Jesus (c. 1600/10-1661): um artista beneditino na fronteira entre dois mundos – a América portuguesa e espanhola

Autores

  • Rafael Schunk

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2595-5802.v1i1p33-59

Palavras-chave:

Frei Agostinho de Jesus, Berço da arte brasileira, Escultura

Resumo

No planalto de Piratininga, Brasil, as pioneiras relações sociais estabelecidas por meio de laços matrimoniais entre tupis e portugueses foram de encontro à secular sociedade paraguaia formada por espanhóis e guaranis, gerando uma mescla de culturas que resultaram na ideia de sertão: local onde miscigenação e liberdade fugiram de tratados ibéricos e controles metropolitanos. Pelos velhos caminhos indígenas peabirus, os bandeirantes paulistas avançaram no interior do continente em busca de riquezas, levando consigo suas experiências e retornando com a prata de Potosí e mão de obra missioneira. No meio do caminho estava Santana de Parnaíba e a arte do primeiro grande artista brasileiro: frei Agostinho de Jesus. Residindo no Mosteiro dos Beneditinos dessa localidade, a partir de 1643 transforma o panorama cultural do Brasil, significativo momento das artes plásticas nacionais. Em Parnaíba, o mestre encontrou uma sociedade original, miscigenada, criando obras-primas, testemunhos da arte sacra paulista, berço da identidade nacional.

Biografia do Autor

  • Rafael Schunk

    Graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas e mestre em Artes Visuais, pela Unesp. Atua como pesquisador do Barroco brasileiro e cultura colonial e é autor de vários artigos na área. É técnico em seguros de obras de arte, crítico, curador e organizador de exposições artísticas, colecionador de arte barroca e artista plástico.

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Publicado

2018-09-11

Edição

Seção

Dossiê: Viajantes