Do outro lado da ópera: as bandas como fator de expressão dos núcleos de pertencimento dos imigrantes, na virada do século XX
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i4p52-91Palavras-chave:
Imigrantes italianos, Música, PertencimentoResumo
Os espaços de negociação dos imigrantes italianos no processo de formação dos núcleos sociais dentro da realidade rural paulista acabaram formando processos de afirmações de pertencimentos, reforçados por uma rememoração simbólica que concomitantemente mantinha os lastros com a terra original e abriase para a nova realidade. Muito desse
processo se deu pela música, num campo entrecruzado entre a ópera e a banda. No entanto, ao contrário da ópera, que já que estava incorporada nos valores das oligarquias locais e assim representavam a estratificação social
inerentemente, as bandas surgiram como
o principal espaço dessas negociações
culturais entre os nativos e os oriundi. Num
princípio, chamadas de forma pejorativa
de “bandas dos italianos”, essas agremiações foram fundamentais para a incorporação da comunidade de imigrantes nas estruturas afetivas da subjetividade local, assim como nos ambientes musicais consolidados, como o teatro e o coreto.
Através de processos de suas formações, do repertório, das formas e espaços da apresentação pública, assim como da projeção dessas bandas em cenários socioculturais mais amplos, o objetivo
desse artigo é problematizar essa movimentação. Especificamente, é sublinhar o processo de transculturação envolvido, focando como a ópera foi um ponto de apoio para um movimento que, ao fim e ao cabo, se desdobrou em muitos sentidos pela música de banda, por ser esta a real possibilidade de articular um patrimônio musical já estabelecido com o local da cultura.
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