Treme de alegria: o cravo enquanto ruído no processo de uma criação colaborativa
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v22i1.199066Palavras-chave:
Figural, Reescritura, Composição, Cravo, BarrocoResumo
O presente artigo tem como tema central o processo criativo na produção da peça Dedicado a um Jovem que Vagueia em uma Paisagem Vulcânica enquanto Treme de Alegria de autoria de Austeclinio Lopes de Farias, composta para e em colaboração com o cravista Pedro Ribeiro Cardoso, e sua exploração das potencialidades do cravo enquanto instrumento voltado à geração de ruídos, e os elos que tal concepção proporciona em relação à escrita barroca. Na primeira parte do texto aborda-se os conceitos de liminaridade e espacialização, a fim de entender como o barroco musical, segundo o compositor e filósofo Hugues Dufourt, se salienta enquanto um código que tensiona noções puramente lineares da estruturação musical, culminando no erguimento do conceito de continuum. Em um segundo momento, abordaremos os entendimentos de figural como utilizado pelo filósofo Gilles Deleuze, e o de reescritura, como compreendido pelo compositor Silvio Ferraz, para inteirar procedimentos utilizados na montagem da composição aqui discutida. Após a introdução dos conceitos que operam na formalização da peça, se desenvolverá, por um ponto de vista técnico, como de qual forma as particularidades do cravo articulam tais noções, como também será relatado como se deu a colaboração no processo composicional.
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