J. Octaviano e a Música Psíquica: será que o ontem pode ser melhor?
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v22i2.203829Palavras-chave:
João Octaviano Gonçalves., J. Octaviano, Música Psíquica, Crítica musical, Historiografia musical brasileiraResumo
Ao levantar e analisar mais de setenta fontes em jornais, periódicos e revistas sobre João Octaviano Gonçalves (1892-1962), além de discorrer mais detidamente sobre um concerto de grandes proporções ocorrido no Rio de Janeiro, em 1926, sob o título de Música Psíquica, o artigo objetiva aquilatar a eventual importância de um músico hoje obliterado, mas que, durante décadas seguidas, foi capaz de movimentar amplamente as páginas da imprensa carioca através de suas atividades como compositor, intérprete, professor, regente e articulador cultural. Com uma produção de cerca de 400 obras para diversas formações (de peças solo a grandes sinfonias), nossa hipótese é a de que J. Octaviano possa, talvez, ter o seu atual quadro de invisibilidade reavaliado. No trabalho, os gestos de “recordar” e “escavar” se coadunam à perspectiva benjaminiana de “escovar a história a contrapelo” (BENJAMIN, 2013b, p. 13), desterrando um personagem que acabou ficando à margem de nossa historiografia musical, apesar de ter sido um dos mais ativos agentes no campo da música de concerto brasileira durante a primeira metade do século XX.
Downloads
Referências
AACQUARONE, Francisco. História da Música Brasileira. Rio de Janeiro; São Paulo; Belo Horizonte: Francisco Alves; Editora Paulo de Azevedo, [1948].
ALMEIDA, Renato. História da música brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1942.
ALMEIDA, Renato. História da música brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1942.
AMORIM, Humberto. J. Octaviano e Oscar Guanabarino: “a verdade é uma aposta de lutas”. Revista Música, 20(2), 119-172. https://doi.org/10.11606/rm.v20i2.174582
ANDRADE, Mário de. Música, doce música. São Paulo: L. G. Miranda editor, 1933.
ANDRADE, Mário de. Aspectos da Música Brasileira. São Paulo: Livraria Editora Martins, 1965.
AZEVEDO, Luiz Heitor Corrêa de. 150 Anos de Música no Brasil (1800-1950). Rio de Janeiro: José Olympio, 1956.
AZEVEDO, Luiz Heitor Corrêa de. 150 anos de música no Brasil (1800-1950). 2ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2016.
BELTRAMI, Waleska Scarme. O repertório brasileiro para trompa e piano no curso de graduação: discussão e aplicabilidade. Tese (Doutorado em Música). Instituto Villa-Lobos, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, 2011.
BENJAMIN, Walter. Imagens de pensamento/Sobre a haxixe e outras drogas. Trad. João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2013a.
BENJAMIN, Walter. O Anjo da História. Trad. João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2013b.
BENJAMIN, Walter. A capacidade mimética. In: BENJAMIN, Walter et al. Humanismo e comunicação de massa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1970.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou O Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
CARNAÚBA, Maria Érbia Cássia. Sobre a Distinção entre Teoria Tradicional e Teoria Crítica em Max Horkheimer. Kínesis, Vol. II, n° 03, abril - 2010, p. 195-204.
CATROGA, Fernando. Memória, história e historiografia. 1ª Ed. Coimbra: Quarteto Editora, 2001.
CERNICCHIARO, Vincenzo. Storia della Musica nel Brasile: dai tempi coloniali sino ai nostril giorni. Milano: Fratelli Riccioni, 1926.
CERTEAU, Michel de. A operação historiográfica. In: CERTEAU, Michel de. A Escrita da História. Rio de Janeiro: Forense, 2013 [1982].
CHARTIER, Roger. A História Cultural – entre práticas e representações. 2ª ed. Lisboa: Difel, 2002.
EDMUNDO, Luiz. O Rio de Janeiro do meu tempo. V. 1. Brasília: Senado Federal, 2009.
FRANÇA, Eurico Nogueira. A Música no Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde/Serviço de Documentação, 1953.
GOLDBERG, Guilherme; OLIVEIRA, Amanda; MENUZZI, Patrick (orgs.). Transcrições Guanabarinas: antologia crítica – O Paiz (Vols. 1, 2, 3, 4). Porto Alegre: LiquidBook, 2019.
HOKHEIMER, M. Teoria Tradicional e Teoria Crítica. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
LE GOFF, Jacques. Prefácio para Apologia da História ou O Ofício de Historiador, de Marc Bloch, p. 15-34. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
MARIZ, Vasco. História da Música no Brasil. 1ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
MARIZ, Vasco. História da Música no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983.
MELLO, Guilherme Theodoro Pereira de. A Música no Brasil: desde os tempos coloniaes até o primeiro decenio da Republica. Bahia: Typographia de S. Joaquim, 1908.
MELLO, Guilherme Theodoro Pereira de A Música no Brasil: desde os tempos coloniais até o primeiro decênio da República. 2. ed. [3. ed.]. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1947.
NEVES, José Maria. Música Contemporânea Brasileira. São Paulo: Ricordi Brasileira, 1981.
PARANHOS, Ulysses. História da música. v. 1. São Paulo: Mangione, 1940.
PASSAMAE, Maria Aparecida dos Reis Valiatti. Oscar Guanabarino e sua produção crítica de 1922. Dissertação (Mestrado em Música). Escola de Música, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2013.
PASSAMAE, Maria Aparecida dos Reis Valiatti. Oscar Guanabarino: produção crítica de 1922. Curitiba: Editora CRV, 2017.
PEREIRA, Fernanda Maria Cerqueira. O violão na sociedade carioca (1900-1930): técnicas, estéticas e ideologias. Dissertação (Mestrado em Música). Escola de Música, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2007.
ROCHA, Glauber. O último escândalo de Godard. In: O século do cinema. 2ª Ed. São Paulo: Cosac & Naify, 2006. P. 313-319. Originalmente publicado em: Manchete, n. 928, 31 de janeiro de 1970.
SHAKESPEARE, William. Hamlet. Trad. Millôr Fernandes. Porto Alegre: L&PM, 2012.
THAUMATURGO, Ivna. A família de guizos: história e memórias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Humberto Amorim, Paulo Martelli

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a CC Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).