Florestan Fernandes: entre o autodidatismo e o segundo nascimento
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.i137p87-100Palavras-chave:
Florestan Fernandes, Universidade de São Paulo, ensino universitário, autodidatismo, segundo nascimentoResumo
Este texto trata da trajetória escolar e acadêmica de Florestan Fernandes (1920-1995) e de suas contribuições para a compreensão da universidade e do ensino. Reflete sobre o aluno Florestan e o processo de adequar-se à cultura letrada, distante de seu cotidiano quando criança. Seus depoimentos apontam as dificuldades de ser estudante da USP durante o processo que equivaleu a um “segundo nascimento”, quando teve que assimilar saberes e formas de ser distantes de sua classe de origem. Frente às exigências docentes, viu-se impelido a recorrer ao autodidatismo para atender às expectativas e, a despeito das limitações, foi dotando-se das condições para ocupar o espaço. Assim, enquanto se aculturava, abandonava Vicente (nome que recebeu da patroa de sua mãe) para fazer nascer Florestan, o respeitado intelectual.
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