Porto Maravilha: entre a imagem e a memória

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1984-4506.risco.2022.183421

Palavras-chave:

Patrimônio Cultural, Turismo Cultural, Porto Maravilha

Resumo

Este artigo discute as contradições existentes entre as propostas e ações implementadas do projeto Porto Maravilha – RJ, evidentes quando se propõe a construção de uma imagem competitiva para a cidade e, ao mesmo tempo, preservação da memória do território. Os objetos de análise são a patrimonialização do Cais do Valongo e as intervenções urbanas recentes na área, como a construção de edifícios culturais voltados para o público de classe média e internacional. Através da análise dos roteiros turísticos propostos, concluiu-se que a valorização e o incentivo ao turismo cultural relacionados à memória se tornaram apenas discursos, quando comparados à concentração de investimentos públicos e privados visando a exploração econômica da área.

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Biografia do Autor

  • Bianca Teixeira Moret Pacheco, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

    Turismóloga. Mestranda em Arquitetura e Urbanismo no PROSURB-ARQ da PUC-Campinas. Bolsista CAPES.

  • Maria Cristina da Silva Schicchi, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

    Arquiteta e urbanista, professora titular e pesquisadora do POSURB-ARQ e da FAU da PUC-Campinas. Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq. Pós-doutora pela Universidade de Sevilha (2010). Doutora (2002) e mestre (1991) pela USP. É líder do grupo de pesquisa Patrimônio, Políticas de Preservação e Gestão Territorial, com enfoque nas áreas de reabilitação urbana; preservação e gestão do patrimônio; estudo de áreas centrais e metropolitanas; estudos urbanos latino-americanos; teoria e história do urbanismo

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Publicado

2022-09-20

Edição

Seção

Artigos e Ensaios

Como Citar

Pacheco, B. T. M., & Schicchi, M. C. da S. (2022). Porto Maravilha: entre a imagem e a memória. Risco Revista De Pesquisa Em Arquitetura E Urbanismo (Online), 20, 1-21. https://doi.org/10.11606/1984-4506.risco.2022.183421