Nos matizes da memória e da história: uma discussão sobre o folclore fantástico do Recife e seus lugares
DOI:
https://doi.org/10.11606/1984-4506.risco.2023.196052Palavras-chave:
Folclore, Lugar de Memória, Patrimônio ImaterialResumo
Este artigo objetiva discutir, à luz dos textos referenciais de Pierre Nora (1993) e Ulpiano Bezerra de Meneses (1994), as concepções de história e memória, inserindo-as na discussão do folclore citadino. Este patrimônio coletivo é aqui representado pelas lendas do sobrenatural recifense, abordadas pela literatura local. Entre história e memória se estabelece uma clara distinção pelos interesses de tradicionais grupos detentores de poder e as relações sociais de uma coletividade que estão intrinsecamente relacionadas com os fenômenos. Assim, para a leitura de uma realidade social, deve-se contestar os interlocutores responsáveis por sua comunicação. Nesse contexto, o folclore se apresenta como um campo fértil para o debate do poder do vernáculo e do popular de contribuir para a construção de narrativas pautadas pela memória coletiva.
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