Um estudo diferencial sobre crenças de portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), relacionadas ao enfrentamento psicológico das condições de contágio

Autores

  • Marco Antonio de Castro Figueiredo
  • Natalia Maria Terenzi Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FMRP/USP
  • Alcyone Artioli Machado Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FMRP/USP

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v32i3p294-302

Palavras-chave:

Controle Interno-Externo. Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. HIV.

Resumo

Modelo do estudo: estudo diferencial. Objetivo: o impacto da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) sobre a integridade afetiva de portadores e pacientes sintomáticos exacerba, na pessoa atendida, sentimentos de insegurança e de perda do domínio sobre a situação em que o atendimento se efetua. Este fato se reflete na resposta do paciente ao tratamento, incidindo de forma negativa sobre sua aderência aos procedimentos prescritos: assim, o conhecimento prévio sobre a maneira com que o paciente avalia as causas da doença e os recursos de que ele próprio dispõe para enfrentá-la constituem um referencial de grande importância para a concepção de estratégias de atendimento. Neste sentido, este estudo foi delineado com o objetivo de verificar as diferentes formas com que o enfrentamento psicológico das condições do contágio pelo HIV se manifesta em pessoas com aids. Metodologia: este trabalho foi delineado, compreendendo dois estudos: a) trinta (30) portadores do HIV, sintomáticos ou não, com idades variando entre dezenove (19) e cinqüenta e nove (59) anos, foram avaliados através da Escala de Locus de Controle de Levenson, permitindo classificá-los em três categorias: internos, teleológicos, cujo controle emana de um poder superior ou vontade divina; b) posteriormente, quarenta (40) pacientes sintomáticos, atendidos em clínicas públicas e particulares, foram avaliados através de uma adaptação da escala de Levenson, contextualizada para a aids. Resultados: para ambos os estudos, considerando os sujeitos definidos pelas variáveis idade e religião, não foram identificados subgrupos diferenciais (p>.05). No primeiro estudo, prevaleceram respostas da externalidade conjugadas à teleologia, nas mulheres, (.59+.17>.17+.08; p<.001); no segundo, foi verificada uma menor propensão à teleologia entre os usuários de serviços particulares, quando comparados aos de serviços públicos (-.32<+.12; p<.001), além de uma maior internalidade nestes últimos. (+.44>+.26; p=.02). Conclusões: tais resultados apontam algumas características distintivas entre os sujeitos quanto à auto-responsabilização e às crenças de razão necessária sobre problemas relacionados à aids. Considerando estas diferenças, foram discutidas algumas características que poderiam nortear  futuras estratégias de orientação, subsidiárias ao tratamento clínico da aids.

 

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Biografia do Autor

  • Marco Antonio de Castro Figueiredo

    Docente do Departamento de Psicologia e Educação

  • Natalia Maria Terenzi, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FMRP/USP

     

    Bacharel em Psicologia e Psicóloga, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FMRP/USP 

     

     

  • Alcyone Artioli Machado, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FMRP/USP

    Docente do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FMRP/USP

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Publicado

1999-09-30

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Um estudo diferencial sobre crenças de portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), relacionadas ao enfrentamento psicológico das condições de contágio. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 30º de setembro de 1999 [citado 29º de março de 2024];32(3):294-302. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/12704