Aspectos sociodemográficos, clínicos, epidemiológicos e assistenciais de crianças e adolescentes atendidos por retinoblastoma no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2022.185512

Palavras-chave:

Retinoblastoma, Criança, Adolescente, Família, Neoplasias Oculares

Resumo

Introdução: O retinoblastoma impacta sobremaneira as crianças, adolescentes e familiares acometidos. Abordagens epidemiológicas sobre tal câncer no Brasil são escassas, lacuna esta que motivou este trabalho. Objetivos: Os objetivos desse estudo foram descrever as características sociodemográficas, clínica, epidemiológicas e assistenciais de crianças e adolescentes atendidos por retinoblastoma no Brasil e analisar se existe associação entre tais características. Métodos: Tratou-se de um estudo transversal, descritivo-analítico, realizado com acompanhantes familiares de crianças e adolescentes atendidos por retinoblastoma no Brasil, amostrados por snowball sampling, via web survey, a partir de um roteiro autoral semiestruturado, compartilhado em mídias sociais. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial, com o auxílio do software Statistical Package for the Social Sciences. Resultados: As crianças e os adolescentes foram retratados por 129 acompanhantes familiares das cinco grandes regiões brasileiras. A escolaridade baixa, a ocupação do lar e a baixa renda familiar dos respondentes associaram-se ao atendimento exclusivo pelo Sistema Único de Saúde, sendo que a baixa renda familiar também associou-se ao uso de prótese ocular pós retinoblastoma. Conclusões: As razões de chances identificadas sinalizaram para a importância dos aspectos sociodemográficos dos familiares para os desfechos clínicos-epidemiológicos-assistenciais das crianças e dos adolescentes atendidos. Os serviços públicos foram os mais utilizados para a assistência oncológica, o que endossa a relevância do Sistema Único de Saúde para as crianças, adolescentes e familiares impactados pelo retinoblastoma no país.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Gabriela Silva Bochi, Federal University of Alfenas, (MG), Brazil

    Medicine Student.

  • Alicia Natali Ferreira da Silva, Federal University of Alfenas, (MG), Brazil

    Medicine Student

  • Maria Izabel Pereira Messias, Federal University of Alfenas,(MG), Brazil

    Medicine Student

  • Jessica Luanda Lemos Melo, Federal University of Alfenas, (MG), Brazil

    Master's student in Nursing

  • Namie Okino Sawada, Federal University of Alfenas, (MG), Brazil

    PhD in Nursing

  • Murilo César do Nascimento, Federal University of Alfenas. Nursing School, Alfenas, (MG), Brazil

    PhD in Sciences (Community Health)

  • Fabiana Lucio de Oliveira, Federal Institute of Education, Science and Technology of Southern Minas, Brazil

    PhD in Physiology.

Referências

Zhao J, Feng ZX, Wei M, Liu G, Solarte CE, Li B, et al. Impact of systemic chemotherapy and delayed enucleation on survival of children with advanced intraocular retinoblastoma. Ophthalmol Retina. 2020;4(6):630–9.

Xiao W, Ye H, Zeng H, Tang L, Chen R, Gao Y, et al. Associations among socioeconomic factors, lag time, and high-risk histopathologic features in eyes primarily enucleated for retinoblastoma. Curr Eye Res. 2019;44(10):1144–9.

Mattosinho CCDS, Moura ATMS, Oigman G, Ferman SE, Grigorovski N. Time to diagnosis of retinoblastoma in Latin America: a systematic review. Pediatr Hematol Oncol. 2019;36(2):55–72.

Stacey AW, Bowman R, Foster A, Kivelä TT, Munier FL, Cassoux N, et al. Incidence of retinoblastoma has increased: results from 40 european countries. Ophthalmology. 2021;S0161-6420(21)00072-5.

Endalamaw A, Assimamaw NT, Ayele TA, Muche AA, Zeleke EG, Wondim A, et al. Prevalence of childhood cancer among children attending referral hospitals of outpatient department in Ethiopia. BMC Cancer. 2021;21(1):271.

Islam MZ, Farjana S, Efa SS. Impact of childhood cancer on the family: evidence from Bangladesh. Heliyon. 2021;7(2):e06256.

Ferman S, Lima FF da S, Lage CRS, da Hora SS, Vianna DT, Thuler LC. Preventing treatment abandonment for children with solid tumors: a single-center experience in Brazil. Pediatr Blood Cancer. 2019;66(7):e27724–e27724.

Gelkopf MJ, Chang TE, Zhang Y, Zhang C, Yi K, Fang V, et al. Parental coping with retinoblastoma diagnosis. J Psychosoc Oncol. 2019;37(3):319–34. 9. Moses C, Flegg K, Dimaras H. Patient knowledge, experiences and preferences regarding retinoblastoma and research: a qualitative study. Health Expect. 2020; 23(3):632–43.

Collins MLZ, Bregman J, Ford JS, Shields CL. Depression, anxiety, and stress in parents of patients with retinoblastoma. Am J Ophthalmol. 2019;207:130–43.

Zhao J, Feng ZX, Wei M, Liu G, Solarte CE, Li B, et al. Impact of systemic chemotherapy and delayed enucleation on survival of children with advanced intraocular retinoblastoma. Ophthalmol Retina. 2020;4(6):630–9.

Amador DD, Marcílio AC, Soares J dos SS, Marques FRB, Duarte AM, Mandetta MA. A força da informação sobre retinoblastoma para a família da criança. Acta Paul Enferm. 2018;31(1):87–94.

Polit DF, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: Avaliação de evidências para a prática da enfermagem. 7ed. Porto Alegre: Artmed Editora; 2016. 658 p.

Google. Google Forms. 2020.

Mutti CF, Cruz VG da, Santos LF, Araújo D de,Cogo SB, Neves ET. Clinical and epidemiological profile of children and adolescentes with cancer in an oncology service. Rev Bras Cancerol. 2018;64(3):293-99.

Essuman VA, Braimah IZ, Ndanu TA, Ntim-Amponsah CT. Presentation of children with advanced retinoblastoma for treatment in Ghana: the caretakers perspectives. West Afr J Med. 2018;35(1):9–14.

Kozan L, Wanderbroocke ACNS, Polli GM. Apoio social entre acompanhantes de crianças hospitalizadas em uma unidade de hematopediatria. Psicol Hosp. 2016;14(1):53–78.

Beuter M, Brondani CM, Szareski C, Lana LD, Alvim NAT. Perfil de familiares acompanhantes: contribuições para a ação educativa da enfermagem. Rev Min Enferm. 2009;13(1):28–33.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE; 2018. 151 p.

Selistre SGA, Maestri MK, Santos-Silva P, Schüler-Faccini L, Guimarães LSP, Giacomazzi J, et al. Retinoblastoma in a pediatric oncology reference center in Southern Brazil. BMC Pediatr. 2016;16(1):48.

Andreoli MT, Chau FY, Shapiro MJ, Leiderman YI. Epidemiological trends in 1452 cases of retinoblastoma from the Surveillance, epidemiology, and end results (SEER) registry. Can J Ophthalmol. 2017;52(6):592–8.

Ueda T, Koga Y, Yoshikawa H, Tanabe M, Yamana K, Oba U, et al. Survival and ocular preservation in a long-term cohort of Japanese patients with retinoblastoma. BMC Pediatr. 2020;20(1):37.

The Committee For The National Registry Of Retinoblastoma. The National Registry of Retinoblastoma in Japan (1983–2014). Jpn J Ophthalmol. 2018;62(4):409–23.

Chawla B, Hasan F, Azad R, Seth R, Upadhyay AD, Pathy S, et al. Clinical presentation and survival of retinoblastoma in Indian children. Br J Ophthalmol. 2016;100(2):172–8.

Traoré F, Sylla F, Togo B, Kamaté B, Diabaté K, Diakité AA, et al. Treatment of retinoblastoma in Sub-Saharan Africa: experience of the paediatric oncology unit at Gabriel Toure Teaching Hospital and the Institute of African Tropical Ophthalmology, Bamako, Mali. Pediatr Blood Cancer. 2018;65(8):e27101.

Mattosinho CCS, Grigorovski N, Lucena E, Ferman S, Soares de Moura ATM, Portes AF. Prediagnostic intervals in retinoblastoma: experience at an oncology center in Brazil. J Glob Oncol. 2017;3(4):323–30.

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2019. 120p.

Gargallo P, Oltra JS, Yáñez Y, Segura V, Balaguer J, Cañete A. Retinoblastoma: hacia un diagnóstico más precoz. Arch Soc Esp Oftalmol. 2018;93(9):439–43.

Soliman SE, Eldomiaty W, Goweida MB, Dowidar A. Clinical presentation of retinoblastoma in Alexandria: a step toward earlier diagnosis. Saudi J Ophthalmol. 2017;31(2):80–5.

Brasil. Lei no 12732, de 22 de novembro de 2012. Dispõe sobre o primeiro tratamento de paciente com neoplasia maligna comprovada e estabelece prazo para seu início. Brasília: Diário Oficial da União; 2012.

Lukamba RM, Yao J-JA, Kabesha TA, Budiongo AN, Monga BB, Mwembo AT, et al. Retinoblastoma in Sub-Saharan Africa: case studies of the Republic of Côte d’Ivoire and the Democratic Republic of the Congo. J Glob Oncol. 2018;4:1–8.

Domingo RD, Toledo MW, Mante BL. Psychosocial factors influencing parental decision to allow or refuse potentially lifesaving enucleation in children with retinoblastoma. Asia Pac J Oncol Nurs. 2017;4(3):191-6.

Gao J, Zeng J, Guo B, He W, Chen J, Lu F, et al. Clinical presentation and treatment outcome of retinoblastoma in children of South Western China. Medicine (Baltimore). 2016;95(42):e5204.

Leila S, Ibtissam H, Hafsa E, Abdeljalil M. Extra-ocular retinoblastoma: about 12 cases followed at the Mohamed VI university hospital of Marrakech. Pan Afr Med J. 2016;25:131.

Truong B, Green AL, Friedrich P, Ribeiro KB, Rodriguez-Galindo C. Ethnic, racial, and socioeconomic disparities in retinoblastoma. JAMA Pediatr. 2015;169(12):1096-104.

Lumbroso-Le Rouic L, Aerts I, Hajage D, Lévy-Gabriel C, Savignoni A, Algret N, et al. Conservative treatment of retinoblastoma: a prospective phase II randomized trial of neoadjuvant chemotherapy followed by local treatments and chemothermotherapy. Eye. 2016;30(1):46–52.

Ribeiro MCS de A, Barata RB, Almeida MF de, Silva ZP da. Perfil sociodemográfico e padrão de utilização de serviços de saúde para usuários e não-usuários do SUS - PNAD 2003. Cien Saude Colet. 2006;11(4):1011–22.

Benazzi LEB, Figueiredo ACL, Bassani DG. Avaliação do usuário sobre o atendimento oftalmológico oferecido pelo SUS em um centro urbano no sul do Brasil. Cien Saude Colet. 2010;15(3):861–8.

Downloads

Publicado

2022-05-04

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Bochi GS, Silva ANF da, Messias MIP, Melo JLL, Sawada NO, Nascimento MC do, et al. Aspectos sociodemográficos, clínicos, epidemiológicos e assistenciais de crianças e adolescentes atendidos por retinoblastoma no Brasil. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 4º de maio de 2022 [citado 24º de abril de 2024];55(1):e-185512. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/185512