Prevenção quaternária e suas implicações para a prática clínica: uma revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2022.188477

Palavras-chave:

Prevenção quaternária, Atenção primária à saúde , Revisão

Resumo

A crescente produção de iatrogenias justifica a discussão acerca da incorporação da prevenção quaternária na prática médica cotidiana. Este estudo identificou e sistematizou a produção de conhecimento sobre prevenção quaternária e sua implicação para a prática clínica. Trata-se de revisão sistemática descritiva apoiada na pergunta norteadora: Quais são as evidências produzidas sobre prevenção quaternária e sua implicação para a prática clínica? Realizou-se o levantamento bibliográfico entre agosto e setembro de 2020 utilizando-se o descritor “prevenção quaternária”, nos idiomas inglês, português e espanhol. A análise dos 30 artigos produziu evidências sobre intervenções médicas potencialmente danosas que justificariam a adoção da prevenção quaternária. O estudo provoca a comunidade médica a refletir sobre a incorporação da prevenção quaternária, visando a uma prática assistencial menos iatrogênica, valorizando a medicina centrada na pessoa e os atributos da atenção primária à saúde.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Milena Seoane Colmenero Muniz, Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina de Ribeirão, (SP), Brasil

    Especialista. Mestranda.

  • Sylmara Esther Negrini Ferrari, Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, (SP), Brasil

    Mestre.

  • Iury Nascimento Duarte, Secretaria Municipal de Saúde de Araraquara. Araraquara, (SP), Brasil.

    Especialista.

  • Luciane Loures dos Santos, Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, (SP), Brasil

    Doutora.

  • Janise Braga Barros Ferreira, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, (SP), Brasil

    Doutora

Referências

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Preamble to the Constitution of the World Health Organization as adopted by the International Health Conference, New York, 1946, June, no. 2, p. 100.

Gillon R. “ Primum non nocere” and the principle of non-maleficence. British medical journal (Clinical research ed.). 1985; 291(6488)130.

Illich I, Cavalcanti JK. A expropriação da saúde: nêmesis da medicina. 1975.

Bentzen N. Wonca Dictionary of General. Family Practice, 2004.

Jamoulle M. Prevenção quaternária: primeiro não causar dano. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2015; 10(35): 1-3.

Guyatt G, Cairns J, Churchill, Cook D, Haynes B, Hirsh J et al. Evidence-based medicine: a new approach to teaching the practice of medicine. Jama, 1992; 268 (17): 2420-2425.

Sampaio RF. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Rev. bras. fisioter., 2007; 11(1): 83-89.

Berwanger O, Suzumura EA, Buehler AM, Oliveira JB. Como avaliar criticamente revisões sistemáticas e metanálises. Rev Bras Ter Intensiva, 2007; 19(4): 475-80.

Guanilo MCDLTU, Takahashi RF, Bertolozzi MR. Revisão sistemática: noções gerais. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2011; 45(5): 1260-1266.

Ouzzani M, Hammady H, Fedorowicz Z, Elmagarmid A. Rayyan—a web and mobile app for systematic reviews. Systematic reviews, 2016; 5(1): 1-10.

Ebell MH, Siwek J, Weiss BD, Woolf SH, Susman J, Ewigman B et al. Strength of recommendation taxonomy (SORT): a patient-centered approach to grading evidence in the medical literature. The Journal of the American Board of Family Practice, 2004; 17(1): 59-67.

Galvao TF, Pansani, TSA, Harrad D. Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiol. Serv. Saúde, 2015; 24(2): 335-342.

Gervás J, Fernández MP. Genética y prevención cuaternaria. El ejemplo de la hemocromatosis. Atención Primaria. 2003; 32(3):158-162.

Gervás J. Moderación en la actividad médica preventiva y curativa. Cuatro ejemplos de necesidad de prevención cuaternaria en España. Gac Sanit. 2006; 20 (Suppl 1):127-34.

Gervás J, Fernández MP. Limits to the power of medicine to define disease and risk factor, and quarternary prevention. Gac Sanit. 2006; 20 (Suppl 3):66-71.

Ortiz LA, Ibáñez RV. Iatrogenia y prevención cuaternaria en salud mental. Revista española de salud pública. 2011; 85: 513-525.

Cucalón JM, Guiu M. El enigma de la prevención cuaternaria en atención primaria. Cuándo hacer y cuándo no hacer (a propósito de 2 casos). SEMERGEN-Medicina de Familia; 2012; 39(6):313-315.

Gervás J. Prevención cuaternaria en ancianos. Revista Española de Geriatría y Gerontología; 2012; 47(6): 266-9.

Smith TJ, Temin S. Alesi ER, Abernethy AP, Balboni TA, Basch EM et al. American Society of Clinical Oncology provisional clinical opinion: the integration of palliative care into standard oncology care. Journal of clinical oncology. 2012; 30(8): 880-887.

Liverani CA. The four steps in the prevention of human papillomavirus-associated neoplasia: considerations for preventive measures, screening, disease impact, and potential overtreatments in HPV-related pathology. Arch Gynecol Obstet. 2013;288(5):979-88.

Santos J. Rastreamento do câncer de mama: as três luzes do semáforo. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2013; 8(26): 11-15.

Kalra S, Sreedevi A, Unnikrishnan, AG. Quaternary prevention and diabetes. Journal of the Pakistan Medical Association. 2014; 64(11) :1324-26.

Baricević IZ, Botica MV, Pavlic-Renar I. Quaternary prevention as a basis for rational approach to the patient in family practice. Lijec̆nic̆ki Vjesnik. 2014; 136(5-6):152-155.

Tesser CD. Cuidado(!) na prevenção do câncer: ética, danos e equívocos. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2014; 9(31): 180-182.

Mangin D, Heath I. Multimorbidity and quaternary prevention (P4). Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2015;10(35):1-5.

Báez MP. Sobrerastreamento ou prevenção em uma escala humana? Excesso de rastreamento. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2015; 10(35): 1-7.

Santana MCG, Gavilán-Moral E, Villafaina-Barroso A, Gracia LJ. Prescripción prudente y deprescripción de fármacos como herramientas para la prevención cuaternaria. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 2015; 10(35): 1-8.

Norman AH, Tesser CD. Prevenção quaternária: as bases para sua operacionalização na relação médico-paciente. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2015; 10(35): 1-10.

Tesser CD, Knobel R, Andrezzo H, Faria HFA, Diniz SG. Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2015; 10(35): 1-12.

Yver M. Surgical pathology in cancer diagnosis: implications for quaternary prevention. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2015; 10(35): 1-7.

Santos JA. Breast and testicular self-examinations in cancer screening: a matter of quaternary prevention? Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2015; 10(36): 1-6.

Veloso TS, Cambão MS. Migraine treatment: a chain of adverse effects. Springerplus. 2015; 4(409):1-4.

Cruz-Tabuenca H. Sobre la prevención cuaternaria en niños escolares. Medicina Naturista. 2015;9(2): 119-23.

Carpenter CR, Raja AS, Brown MD. Overtesting and the downstream consequences of overtreatment: implications of “preventing overdiagnosis” for emergency medicine. Academic Emergency Medicine. 2015;22(12):1484-92.

ST-Onge JC. Attention-deficit hyperactivity disorder: preventing overdiagnosis and overtreatment. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2015;10(35):1-8.

Tran THV, Vo TL. Impact of quaternary prevention as a brief intervention in medical students’ clinical decisions: experience from Vietnam. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2015; 10(35), 1-8.

Kalra S, Kumar A, Gupta, Y. Prevention of lipohypertrophy. J Pak Med Assoc. 2016; 66(7): 910-1.

Bae J-M, Jamoulle M. Primary care physicians’ action plans for responding to results of screening tests based on the concept of quaternary prevention. Journal of Preventive Medicine and Public Health. 2016; 49(6): 343.

Alber K, Kuehlein T, Schedlbauer A, Schaffer S. Medical overuse and quaternary prevention in primary care – A qualitative study with general practitioners. BMC family practice. 2017; 18(1): 1-13.

Coll-Benejam T, Bravo-Toledo R, Marcos-Calvo MP, Astier-Peña MP. Impact of overdiagnosis and overtreatment on the patient, the health system and society. Aten Primaria. 2018;50 (Suppl 2): 86-95.

Modesto AADA, Lima RLB, D’Angelis AC, Augusto DK. A not-so-blue November: debating screening of prostate cancer and men’s health. Interface-Comunicação, Saúde, Educação. 2018; 22(64), 251-262.

Báez MP, Jamoulle M. Vacunación contra el virus del papiloma humano a la luz de la prevención cuaternaria. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2019; 14(41): 1-6.

Peduzzi M, Agreli HF. Teamwork and collaborative practice in Primary Health Care. Interface (Botucatu). 2018; 22(Supl. 2):1525-34

Oliveira MAC, Pereira IC. Atributos essenciais da Atenção Primária e a Estratégia Saúde da Família Rev Bras Enferm. 2013;66(esp):158-64.

Norman AH, Tesser CD. Prevenção quaternária na atenção primária à saúde: uma necessidade do Sistema Único de Saúde. Cad. Saúde Pública. 2009; 25(9): 2012-2020.

Organização Mundial da Saúde. Declaração da OMS sobre Taxas de Cesáreas. 2015 Available at: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/161442/3/WHO_RHR_15.02_por.pdf

Depallens, MA et al. Prevenção quaternária, reforma curricular e educação médica. Interface - Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2020, v. 24, suppl 1 [Accessed on April 20 2022] , e190584. Available at: <https://doi.org/10.1590/Interface.190584>. Epub 14 Set 2020. ISSN 1807-5762. https://doi.org/10.1590/Interface.190584.

Tesser CD. Por que é importante a prevenção quaternária na prevenção? Rev Saude Publica. 2017;51:116.

Publicado

2022-12-27

Edição

Seção

Artigo de Revisão

Como Citar

1.
Muniz MSC, Ferrari SEN, Duarte IN, Santos LL dos, Ferreira JBB. Prevenção quaternária e suas implicações para a prática clínica: uma revisão sistemática. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 27º de dezembro de 2022 [citado 19º de abril de 2024];55(4):e-188477. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/188477